SÃO PAULO, SP, E DOHA, QATAR (FOLHAPRESS) - A Espanha, que empolgou ao estrear goleando por 7 a 0 a Costa Rica, está fora da Copa do Mundo do Qatar.
A campeã do mundo em 2010, considerada uma das favoritas ao título, perdeu para Marrocos no estádio Cidade da Educação, parando na mesma fase da Copa de 2018, na Rússia.
Com o triunfo por 3 a 0 na disputa de pênaltis, depois de 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, os azarões marroquinos fizeram história.
O melhor resultado da seleção no norte da África em um Mundial havia sido no México, em 1986, as oitavas de final, quando perdeu da Alemanha por 1 a 0.
Agora, em sua quinta participação em Copas, está nas quartas de final. O adversário no sábado (10) por uma vaga nas semifinais, às 12h (no horário de Brasília), será Portugal, que goleou a Suíça por 6 a 1.
Coube a Marrocos também se tornar a primeira seleção árabe a alcançar o segundo mata-mata de uma Copa, e justamente na primeira edição (de um total de 22) abrigada por um país árabe.
No Brasil, em 2014, a Argélia chegou às oitavas de final, perdendo para a Alemanha na prorrogação (2 a 1). Nos EUA, em 1994, a Arábia Saudita chegara à mesma fase, sendo derrotada pela Suécia por 3 a 1.
A classificação marroquina serviu ainda para impedir que a Copa qatariana prosseguisse somente com seleções da Europa e da América do Sul.
Os demais representantes de outros continentes que tinham passado para as oitavas (EUA, Austrália, Japão, Coreia do Sul e Senegal) sucumbiram ante os favoritos.
O primeiro tempo do jogo desta terça-feira (6) em Al Rayyan foi quase modorrento.
Mesmo com 70% da posse da bola, a Espanha não criou quase nada. O time treinado por Luis Enrique deu nessa etapa um único chute ?Asensio, para fora? à meta defendida por Bono, como é chamado o goleiro Yassime Bounou.
Marrocos, em três tentativas nos primeiros 45 minutos (mais um de acréscimo), ao menos acertou uma vez o gol de Unai Simón: o lateral esquerdo Mazraoui, reintegrado à seleção antes do Mundial, arriscou de fora da área e o camisa 23 defendeu.
Na segunda etapa, o panorama pouco mudou. A Espanha tinha a bola quase todo o tempo, porém não sabia como ultrapassar a marcação marroquina, que colocava os dez jogadores de linha no campo de defesa.
Marrocos, por seu lado, sentia a parte física e não tinha força para contra-atacar. O treinador Walid Regragui usou as cinco substituições a que tinha direito para tentar revigorar a equipe, sem muito êxito.
Já nos acréscimos, perto dos 50min, os espanhóis quase marcaram em uma bola parada, com Olmo, mas Bono salvou.
Nada de gols. Prorrogação.
Na qual o cenário de quase toda a partida, especialmente no segundo tempo, repetiu-se, ataque (da Espanha) contra defesa (do Marrocos).
Luis Enrique mudou o time, que jogou com o uniforme reserva (camisa azul-clara), formando o ataque com Morata, Nico Williams (que tinham entrado durante o segundo tempo) e Ansu Fati. Sem efeito.
No segundo tempo da prorrogação ainda entrou na Espanha Sarabia, que no último lance acertou, de raspão, a trave. Foi a melhor oportunidade do jogo.
Nada de gols. Decisão por pênaltis.
Então, como havia ocorrido na segunda-feira (5), quando a Croácia eliminou o Japão, um goleiro brilhou nas penalidades máximas.
Bono, 31, que atua no futebol espanhol (Sevilla), defendeu os chutes de Soler e Busquets ?Sarabia repetiu o que fizera no fim do tempo extra e mandou a bola na trave.
Só um jogador de Marrocos (Benoun) errou sua cobrança. Acertaram Sabiri, Ziyech e Hakimi, que, nascido na Espanha (Madri), selou a classificação dos africanos.
Busquets, o capitão espanhol, considerou que Marrocos tornou a partida muito difícil por se defender o tempo todo. No fim, disse o volante, seu país deixou o Mundial "da maneira mais cruel", em referência aos pênaltis.
No Mundial de 2018, a eliminação também tinha sido na disputa das penalidades máximas, 4 a 3 para a Rússia.
"Os jogadores seguiram minhas instruções 100%, ou 99% porque o plano também era marcar [gols]", declarou o treinador Luis Enrique, que isentou seus atletas de responsabilidade pela queda. "Mas é isso, acabou, não adianta se martirizar."
O resultado estica a ótima campanha da seleção da África setentrional nesta Copa.
Marrocos permanece invicto depois de, na fase de grupos, empatar com a Croácia (0 a 0) e derrotar a favorita Bélgica (2 a 0) e o Canadá (2 a 1).
Curiosamente, o único gol sofrido pelos marroquinos não foi feito por um jogador da equipe adversária. O zagueiro Aguerd marcou, contra, o tento dos canadenses.
A saída espanhola fez chegar a três o número de campeões mundiais eliminados em solo qatariano. Alemanha e Uruguai não passaram da primeira fase ?a Itália nem se classificou.
Brasil (pentacampeão), Argentina (bicampeã), França (bicampeã) e Inglaterra (uma vez campeã) continuam na busca pela Taça Fifa, que será erguida no próximo dia 18 no estádio Lusail.
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PENALIDADES
Marrocos - Espanha
Sabiri (O) - (X) Pablo Sarabia
Zyiech (O) - (X) Carlos Soler
Benoun (x) - (X) Busquets
Hakimi (O)
MARROCOS
Bono; Hakimi, Aguerd (Jawad El Yamiq), Saiss e Mazraoui (Yahia Attiat-Allah); Amrabat, Ounahi (Badr Benoun) e Amallah (Abdelhamid Sabiri); Ziyech, Boufal (Abde Ezzalzouli) e En-Nesyri (Walid Cheddira). T.: Walid Regragui.
ESPANHA
Unai Simón; Llorente, Rodri, Laporte e Jordi Alba (Álex Balde); Busquets, Gavi (Carlos Soler) e Pedri; Ferrán Torres (Nico Williams) (Pablo Sarabia), Dani Olmo (Ansu Fati) e Asensio (Álvaro Morata). T.: Luis Enrique.
Estádio: Cidade da Educação, em Doha (Qatar)
Horário: Às 12h (de Brasília) desta terça-feira (6)
Árbitro: Fernando Rapallini (Argentina)
VAR: Mauro Vigliano (Argentina)
Cartões amarelos: Aymeric Laporte (ESP). Roman Saïss (MAR).
Gols: -
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