SÃO PAULO, SP (UOL - FOLHAPRESS) - Fernando Santos confirmou que abriu uma exceção e teve, sim, um bate-papo particular com Cristiano Ronaldo, poucas horas antes de Portugal enfrentar -e golear por 6 a 1- a Suíça, na última terça-feira (6), nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2022. Revelou que o craque ficou "insatisfeito", "não aceitou de forma simples", mas que respeitou a decisão e depois, durante o jogo, foi "um exemplo de capitão".
"A conversa aconteceu, mal seria se não tivesse acontecido. Foi mais do que normal. Não costumo fazer isso com todos os jogadores, é verdade, mas não era ideal, por ser quem é, por aquilo que representa para os portugueses e para a seleção, ele chegar e ver no quadro tático no vestiário que o nome dele não estava. A minha conversa com ele precisava acontecer. Foi perfeitamente normal e tranquila", começou por explicar o treinador, na véspera do duelo com o Marrocos, neste sábado (10), pelas quartas de final.
"Disse que ele não seria titular, mas que seria importante durante o jogo, a entrada dele poderia mudar a partida. Ficou satisfeito? Não, como é óbvio. Sempre jogou, então é normal a insatisfação. Ele não aceitou de forma simples, mas foi uma conversa normal", completou.
Na seleção desde 2014, sempre com CR7 ao lado, o treinador reforçou ainda que não houve qualquer ameaça ou pedido do camisa 7 de abandonar o grupo no Qatar, conforme a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já havia comunicado.
"Nunca, em momento algum, o Cristiano disse que queria sair da seleção. Nunca. E mais: acho que é tempo de pararmos com algumas coisas. É um pouco moda só apontar o dedo ao Cristiano. Se há exemplo melhor, é o exemplo que ele deu no jogo contra os suíços. Foi ele que deu o grito no banco, saltou em todos os gols. No fim, foi ele que chamou os colegas para bater palmas para os torcedores. Deixem o Ronaldo em paz, ele não merece isto por tudo aquilo que já fez pelo futebol português", finalizou.
Dos principais destaques de Portugal no trunfo diante da Suíça, João Félix não acredita que a substituição de Cristiano Ronaldo por Gonçalo Ramos, que marcou três gols nas oitavas de final, faça a equipe ser melhor ou pior.
"O Cristiano nos entrega coisas que não temos quando ele não está, jogamos de maneira diferente, mas a equipe acaba sempre por estar bem. Não é por ele estar ou não estar que a equipe vai estar melhor ou pior", explicou, admitindo ainda que não sente em campo a necessidade de passar a bola para CR7.
"Não sinto isso, não sinto essa obrigação de passar a bola ao Cristiano. Procuramos sempre fazer o melhor em campo, passar quando é a melhor solução, mas cada um tem a sua opinião e interpreta o jogo da maneira que vê", fechou.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!