SANTOS, SP (UOL - FOLHAPRESS) - Em litígio com a Nike, o atacante Vinicius Jr, do Real Madrid (ESP) e seleção brasileira, não terá tarefa fácil para romper com a empresa norte-americana. O UOL Esporte apurou que não há multa no contrato entre os dois, mas exatamente por isso se torna ainda mais difícil romper o vínculo válido até 2028.

Como efetivamente não há multa rescisória no acordo assinado pelas partes, a única forma de romper o contrato é por acordo entre o jogador e a fornecedora de materiais esportivos ou por via judicial - e Vini já acionou advogados nesse intuito.

O atacante já manifestou à empresa sua vontade de sair e aguarda a posição da Nike. A empresa norte-americana prefere o silêncio: não respondeu ao atleta após tomar ciência do fato, nem se posicionou quando procurada pelo UOL Esporte.

A Nike, na verdade, não aceitou bem a provável saída de Vini Jr. Após romper contrato com Neymar por iniciativa própria, a fornecedora de materiais esportivos não tinha nos planos perder sua principal estrela brasileira no momento. O jogador do Real Madrid tem todos os requisitos que a empresa busca atualmente: um atacante, jovem, atuando em um grande clube e já presente na prateleira mais alta da Europa.

Apesar da resistência da Nike, o entorno do atacante garante que não há volta. Segundo ouviu a reportagem, a insatisfação de Vini Jr não é de ordem financeira, mas sim sobre tratamento recebido pela marca. O atacante avalia como injusta a forma como tem sido tratado pela empresa.

Vini Jr possui as chuteiras da última coleção da Nike, mas não as utiliza como forma de protesto. O jogador disputou as finais da Liga dos Campeões da Europa e a Copa do Mundo com a versão antiga do modelo chamado Mercurial. Questionado sobre o tema em coletiva ainda no Qatar, ele desconversou.

"Não posso falar. Temos um contrato, somos parceiros, não podemos falar sobre a nossa relação. Como não falo da relação com meu pai, não posso falar da nossa relação com vocês", disse.

O litígio entre Vini Jr e Nike agita os bastidores do mercado esportivo. Adidas e Puma estão de olho no atacante do Real Madrid (ESP) e já acenaram com propostas de valores até dez vezes maiores do que o jogador recebe hoje. Não há nada oficial de forma a evitar que seja configurado assédio a um atleta com contrato vigente com outra marca.

Pessoas próximas a Vini asseguram que a insatisfação com a Nike não é de ordem financeira, mas uma proposta com quantias elevadas pode ser diferencial. O jogador de 22 anos acredita que recebe um tratamento injusto da marca.

Vinicius Jr é patrocinado pela Nike desde os 13 anos. O descontentamento existe há meses e o atacante não participou dos últimos eventos da patrocinadora, nem mesmo do filme de lançamento do novo uniforme da seleção -no qual, em teoria, deveria ser a estrela dada a convergência de interesses: a Nike patrocina Brasil e também o atacante do Real Madrid.

Vini teve ascensão midiática meteórica nesta Copa do Mundo e estampa diversos comerciais, aparecendo para o público brasileiro até mais do que Neymar nos intervalos dos jogos da seleção. Em sua rede social, o jogador possui um "destaque" para cada marca que fechou parceria, mas não para a Nike. A ação de organizar as parcerias em destaques foi feita depois do litígio com a gigante de materiais esportivos, então a Nike nunca esteve ali.


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