SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, falou nesta quarta-feira (14) pela primeira vez sobre a desistência do clube em contratar Rodrigo Santana. O auxiliar chegou a ser anunciado oficialmente, mas vetado no dia seguinte após matéria do UOL Esporte revelar sua participação em um ato golpista na frente de um quartel.
"Não estamos discutindo preferência política, esquerda, direita ou centro, porque isso é democracia. O Corinthians não deixa de contratar por escolha [política]. O que estava sendo defendido pelo profissional era um golpe militar, era o fim da democracia", diferencia o presidente alvinegro. "É um direito dele dizer isso, mas só é um direito porque a democracia permite. Nós tínhamos a opção de contratar ou não, e optamos por não contratar. Ele estava defendendo um golpe."
Rodrigo Santana seria auxiliar do técnico Fernando Lázaro, mas sua contratação foi barrada pela atuação antidemocrática. Ele tirou foto na porta de um quartel durante uma manifestação de cunho golpista, dias após a eleição presidencial que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Santana também propagou notícias falsas em seu perfil no Instagram, segundo um aviso da própria rede social.
"O Corinthians é um clube democrático, sempre lutou pela democracia e levantou esta bandeira. Por sua história e fundação, sempre vai continuar defendendo. A democracia para mim é a maior conquista que tivemos nos últimos anos", reforçou Duilio na coletiva realizada no CT Joaquim Grava, na manhã desta quarta-feira.
MAIS CUIDADO EM CONTRATAÇÕES
Duilio explica que a contratação de Rodrigo Santana "traria um problema diário para a comissão técnica que está começando, para o dia a dia do clube" e confirma que o Corinthians só soube das intenções golpistas de Rodrigo Santana depois de o caso virar notícia. O clube pretende ampliar a atuação do compliance para evitar que situações deste tipo aconteçam de novo no futuro.
"Existe compliance no clube, que vem sendo implantado há dois anos. Não é simples, porque são muitas áreas de atuação. A gente pretende que até o fim da gestão todos os departamentos estejam integrados e passando pelo compliance. Mas, sim, temos que chegar neste ponto de checar [os profissionais] e evitar este tipo de coisa, de trazer um profissional e não poder concretizar. Temos que estar prontos para isso, a intenção é essa, e o trabalho para que isso ocorra está sendo feito com muito empenho", afirmou o presidente alvinegro.
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