DOHA, QATAR (FOLHAPRESS) - Titular da seleção brasileira em três Copas, incluindo no penta de 2002, o ex-lateral esquerdo Roberto Carlos, 49, criticou nesta quinta-feira (15) o nível técnico do Mundial no Qatar. Segundo ele, "não está sendo uma Copa com grandes jogos".

O ex-jogador citou como exemplo o fracasso de algumas equipes. "As seleções consideradas não favoritas complicaram a vida das favoritas, Espanha, Alemanha, Brasil e Uruguai. Mas se estão na final França e Argentina significa que os dois fizeram melhor o trabalho."

Enquanto os alemães e os uruguaios nem passaram da fase de grupos, os espanhóis caíram nas oitavas de final, diante do Marrocos, e os brasileiros foram superados pela Croácia, nas quartas.

Roberto Carlos está no Qatar e tem acompanhado as partidas do Brasil nos estádios ao lado de outros ex-jogadores. Ele esteve, por exemplo, no estádio Cidade da Educação, onde os croatas derrotaram o time de Tite nos pênaltis, por 4 a 2, no último dia 9, depois de um empate por 1 a 1 na prorrogação.

Sobre a queda do time canarinho, ele disse que "as coisas não saíram como foram programadas. Isso é normal dentro do futebol. Você antes da competição tentar fazer uma coisa que estava dando certo e na competição curta como essa dá tudo errado."

Nesta quinta, o ex-lateral participou de um evento promovido pela Fifa com outras lendas do futebol. Ele comentou, ainda, sobre as mudanças que tem observado no comportamento dos jogadores em comparação com seus tempos de atleta.

Primeiro, tentou evitar polêmica, ao dizer que "não iria se meter na vida de ninguém", mas depois falou que "esse negócio de Instagram não é como na nossa época. Não tinha tanto telefone, não tinha tanta mudança de cabelo, tanta coisa extracampo que acaba prejudicando."

Apesar de ser de uma época em que as redes sociais ainda não tinham a força que têm atualmente, o ex-atleta, no entanto, fez parte do famoso elenco do Real Madrid que ficou conhecido como Os Galácticos, que reunia Ronaldo, Zidane e David Beckham, por exemplo. À época, o grupo também lidava com uma enorme exposição na mídia tradicional.

"Quando jogador eu tentei ser o mais correto e educado possível com as pessoas e passar mensagens boas para crianças que queriam jogar. Cada um tem sua vida e eu cuido da minha", comentou.

Roberto Carlos demonstrou, também, preocupação com o futuro de Neymar. Após a eliminação do Brasil, o camisa 10 disse que não poderia fechar as portas para a seleção, mas não garantia seu retorno à equipe. Para o ex-jogador, a imprensa terá grande influência na decisão do craque.

"Se vocês [imprensa] acham que o Neymar tem que estar na seleção, vocês podem ajudar nisso. Eu peço a vocês da imprensa que ajudem nesse caso. Claro, podem criticar. Mas aquela palavra de ânimo pra gente também é muito boa. Eles precisam muito de vocês também. Não querem só ficar ouvindo críticas. Se vocês quiserem ajudar, o Neymar fica."

Por fim, o ex-lateral se esquivou de responder sobre quem deve substituir Tite na seleção. Questionado sobre a opção por um técnico estrangeiro, falou que Ronaldo já havia comentado sobre isso. O ex-atacante não gosta da ideia.

Roberto Carlos, então, brincou: "eu estou me preparando para ser treinador da seleção".


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