SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Protagonizada pelo veterano argentino Lionel Messi, 35, e pelo jovem francês Kylian Mbappé, 23, a final da Copa do Mundo de 2022 foi digna de seus craques e certamente será lembrada como uma das mais disputadas da história.
O empate por 2 a 2 no tempo normal e o placar final de 3 a 3 na prorrogação, contudo, não refletem fielmente como foi a partida.
Messi e companhia dominaram as ações, reforça análise da reportagem baseada na estatística conhecida como xT, abreviação para a expressão em inglês "expected threat" (ameaça esperada).
A Argentina já tinha dois gols de vantagem aos 35 minutos do primeiro tempo, após pênalti convertido por Messi e contra-ataque de manual finalizado por Di María. Além disso, conseguiu chutar em outras quatro ocasiões na etapa inicial. Já a França não conseguiu entrar na área ou assustar o goleiro Emiliano Martínez nenhuma vez.
De acordo com a métrica que indica o grau de ameaça das jogadas, os novos campeões mundiais foram mais perigosos durante 39 minutos, contra 14 da equipe europeia, antes do primeiro intervalo.
No segundo tempo, houve equilíbrio. Cada uma das equipes foi mais ameaçadora durante 27 minutos. A primeira finalização dos europeus em toda a partida aconteceu somente aos 22 da etapa complementar, em cabeceio sem qualquer perigo de Kolo Muani.
Mbappé precisou de menos de dois minutos para mostrar porque já é considerado um fenômeno em Copas. Primeiro, o camisa 10 francês converteu pênalti sofrido por Muani, aos 35. No lance seguinte, recebeu lindo passe de Thuram por elevação e bateu de primeira para empatar o duelo com um golaço.
Mesmo demonstrando cansaço e com a confiança abalada pelo empate sofrido, a Argentina teve 12 minutos de ações mais perigosas, contra 4 da França, na primeira parte da prorrogação. E o cenário se repetiu na última parcial, com 15 e 4 minutos, respectivamente, incluídos os acréscimos.
Messi bem que fez sua parte para confirmar o melhor desempenho da Argentina na prorrogação, mas Mbappé postergou mais uma vez a festa do rival.
O balanço geral do duelo ficou em 93 minutos de superioridade argentina, enquanto os outros 49 foram de maior perigo dos franceses.
No geral, a Argentina finalizou o dobro de vezes em relação à França. Foram 20 jogadas concluídas pelos campeões, contra 10 dos vices.
Sem contar os chutes errados, houve 10 finalizações dos sul-americanos no alvo (3 gols e 7 defesas), ante 5 dos europeus (3 e 2, respectivamente).
De acordo com os dados da empresa especializada Opta, a posse de bola esteve com a Argentina por 54% do tempo, e com a França nos outros 46%.
Já segundo a Fifa, que considera também os momentos sem um domínio claro, foram 46% para os sul-americanos e 40% para os vices, além de 14% em disputa.
Basicamente, o xT atribui um perigo relativo a cada lugar do campo. O cálculo leva em conta uma base de dados com milhares de finalizações prévias e seus respectivos desfechos conhecidos.
A métrica calculada pela reportagem considera a probabilidade de que, dada uma ação em um determinado setor do gramado, a equipe consiga chegar ao gol nas próximas cinco jogadas.
A conta é realizada com base nos dados da Opta. Para ilustrar os momentos da partida, é observada a média móvel do xT acumulado de cada time em janelas de cinco minutos, com um peso maior para o mais recente, e assim sucessivamente, até o primeiro minuto do intervalo.
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