SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Análise semiautomática pelo VAR de possíveis impedimentos e acréscimos maiores, para ter mais tempo de bola rolando. A comissão de arbitragem da Fifa vai repetir a tecnologia e orientações da Copa do Qatar aos profissionais que trabalharão no Mundial de Clubes, que será de 1º a 11 de fevereiro no Marrocos. O Flamengo, campeão da Libertadores, e o Real Madrid, vencedor da Liga dos Campeões, participarão do torneio.
No Qatar a Fifa inovou no VAR, o árbitro de vídeo, com o impedimento semiautomático. Além de diminuir o tempo para entender se um jogador está ou não em posição ilegal após marcar, também acaba com o traçado das linhas horizontais e verticais que tentam identificar as partes do corpo de cada atleta, e que no Brasil é bastante criticado.
O sistema usa 12 câmeras localizadas na cobertura dos estádios e controla até 29 pontos de dados por jogador, 50 vezes por segundo, incluindo as extremidades e membros pertinentes para a análise de situações de impedimento, como detalhado pela Fifa.
Como tudo depende do exato instante em que a bola é chutada, um sensor no centro da bola envia dados para a sala de visualização, iniciando então o processo de análise.
O Mundial também terá orientação aos árbitros de não economizarem nos acréscimos das partidas, o tempo extra ao fim de cada tempo para recuperar os períodos de bola parada. Isso já foi feito na Copa do Qatar e deve se tornar referência mundial. O objetivo da Fifa e da Ifab (International Board), o órgão que regula o futebol, é de nos próximos anos encontrar meios de ter jogos com mais bola rolando.
No Mundial que terminou com o tricampeonato da Argentina, vários jogos tiveram acréscimos de dez ou mais minutos, principalmente no segundo tempo. Nas primeiras rodadas causou estranheza, já que não houve um comunicado oficial da federação internacional sobre o assunto. O comitê de arbitragem da Fifa orientou as federações filiadas a seguirem esse critério em seus campeonatos, mas como não há nas regras do esporte algo oficial a respeito, vai depender de cada comissão local decidir.
O TORNEIO
A Fifa sorteará no dia 13 de janeiro, sexta-feira da próxima semana, os confrontos do Mundial. O evento será no Mohammed VI Football Academy, principal centro de treinamento para garotos do país e que fica próximo à capital Rabat. A cidade é a principal candidata a receber a final do Mundial, no estádio Príncipe Moulay Abdellah, como mostrou a coluna. Até esta data a Fifa deve divulgar os detalhes da venda de ingressos para o torneio.
Tânger, no norte do país e próxima ao estreito de Gibraltar, que separa o Marrocos da Espanha, também é candidata a sede. A Fifa vai divulgar as cidades até o dia 13 ? Marrakesh, que recebeu partidas do Mundial de 2014 realizado no país, também quer o evento.
Flamengo e Real Madrid entram diretamente nas semifinais do Mundial, comum no regulamento do torneio disputado por sete clubes desde 2005. O time brasileiro jogará em 7 de fevereiro e o espanhol no dia seguinte, dia 8.
Normalmente o representante do país-sede faz o primeiro jogo, em confronto contra o campeão da Oceania, mas desta vez o marroquino Widad Casabalanca é também o campeão africano, portanto entrará direto nas quartas de final, dia 4 de fevereiro, junto com o Al-Hilal, da Arábia Saudita, e com o Seattle Sounders, dos EUA. O confronto inicial será entre o Al-Ahly, do Egito e vice da África, e o Auckland City, da Nova Zelândia, em 1º de fevereiro.
A Fifa manteve o limite de 23 jogadores inscritos -havia expectativa entre os participantes se a direção da entidade aumentaria o número para 26, como na Copa do Mundo do Qatar.
Os clubes terão que enviar à Fifa no início de janeiro uma lista provisória de inscritos de no mínimo 24 e no máximo 35 jogadores. A relação final, com o corte para os 23 que atuarão de fato no Mundial, terá que ser definida até uma semana antes do início da competição, em 25 de janeiro.
A janela de transferências no Brasil só abre em 10 de janeiro, mas como para a edição de 2021 com o Palmeiras a Fifa abrirá exceção e o Flamengo poderá inscrever jogadores que contratar até o envio da lista final. Os clubes deverão ter 32 oficiais credenciados, entre membros da comissão técnica, dirigentes e convidados.
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