SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), afirmou nesta segunda-feira (22) que o país estuda agir no caso de racismo contra o atacante Vinicius Junior, do Real Madrid, se o governo espanhol não adotar medidas.
As declarações foram dadas durante evento do Lide, na capital paulista, com a presença do ministro da Defesa, José Mucio, e do ex-governador João Doria.
"Estamos estudando a possibilidade de um princípio chamado da extraterritorialidade, Código Penal prevê que em algumas situações excepcionais é possível que no caso de crimes contra brasileiros mesmo no exterior haja aplicação da lei brasileiro. Esse é um remédio extremo, claro, mas pode funcionar, pode ser necessário", disse.
Dino ponderou, porém, que isso seria uma última alternativa. "Não é algo que iremos fazer imediatamente, mas é um estudo que estamos fazendo para a eventualidade, que não acreditamos, de haver omissão das autoridades espanholas."
Neste domingo (21), o jogador brasileiro foi expulso após uma confusão desencadeada por insultos racistas contra ele por torcedores do Valencia. As equipes se enfrentavam no estádio Mestalla, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol --o time da capital foi derrotado por 1 a 0.
Imagens mostram o momento em que o atleta do Real encara torcedores da equipe mandante próximos à linha de fundo. A situação provocou uma aglomeração entre atletas dos dois times, e a partida acabou interrompida por alguns instantes. Apenas o brasileiro foi expulso, com interferência do VAR (árbitro assistente de vídeo).
Em mensagem nas redes sociais depois do jogo, o atacante afirmou que o racismo "é normal" em La Liga e sinalizou que pode deixar a Espanha em decorrência desses episódios. Em nota, a organização informou ter requisitado as imagens para investigar "supostos insultos racistas direcionados a Vinicius Jr.".
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