SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - João Chianca, Yago Dora e Gabriel Medina ainda disputam quem vai se juntar a Filipe Toledo como um dos dois surfistas brasileiros classificados aos Jogos Olímpicos de Paris pelo ranking da WSL. Mas o Brasil tem chance de levar um terceiro atleta à Olimpíada e isso pode dar uma sobrevida especialmente a Medina nessa corrida.

A última etapa da temporada regular acontece a partir da semana que vem no Taiti, na Polinésia Francesa, exatamente onde acontecerão as provas olímpicas do surfe em 2024. E quem se destacar ali pode ter prioridade para voltar daqui a um ano.

Filipinho já está classificado. Ele é o líder do ranking da WSL e, ainda que perca a ponta no Taiti, não deixará de ir ao Finals como melhor brasileiro. E, pelo formato da etapa decisiva, um surfista não perde mais do que uma posição na classificação final. Na pior das hipóteses, Filipinho será o segundo melhor brasileiro.

Por enquanto, Chumbinho é o quarto (42.960 pontos), Yago o quinto (36.865) e Medina o sexto (35.440). Dos três, ao menos um vai ao Finals. E quem entre eles terminar a temporada mais bem posicionado também vai à Olimpíada.

Mas a disputa não acaba aí. A Federação Internacional de Surfe Amador (ISA), que organiza o surfe olímpico, vai distribuir uma vaga extra pelo ISA Games do ano que vem, em Porto Rico, entre o fim de fevereiro e o início de março, como forma de prestigiar o torneio.

A vaga será dada à equipe que obtiver melhor pontuação somando os desempenhos dos seus três participantes da competição individual. Como quem obtiver vaga pela WSL precisa obrigatoriamente participar do ISA Games, o time brasileiro terá Filipinho, o segundo melhor da temporada 2023, e mais um, convocado a critério do Brasil.

E é aí que começa a discussão. A Confederação Brasileira de Surfe (CBSurfe) não estabeleceu previamente um critério de convocação para esta terceira vaga no ISA Games, ainda que tenha como prioridade levar o terceiro melhor brasileiro do ranking da WSL. Esta convocação, porém, pode influenciar a chance de o Brasil ganhar mais uma medalha nas Olimpíadas, e isso é interesse direto do COB.

Não é segredo para ninguém que Gabriel Medina é o surfista com melhores desempenhos nas ondas onde serão disputadas as Olimpíadas. Entre 2014 e 2019, chegou a cinco finais, conquistando dois títulos. A pior campanha dele nesse período foi um terceiro lugar. Em 2020, o circuito foi cancelado, em 2021 não houve etapa ali e no ano passado ele estava machucado.

A ISA não obriga que o país que conquistar a terceira vaga olímpica convoque o mesmo surfista que disputou o ISA Games, mas quem o Brasil levar a Porto Rico será também quem irá, depois, à Olimpíada, se a classificação vier. Daí a importância da primeira convocação.

Como o torneio começará no fim de fevereiro, provavelmente já terão sido disputadas duas etapas da próxima temporada da WSL, ambas no Havaí. Isso abre a possibilidade de o desempenho ali ser usado como critério para definir a convocação para o ISA Games.

Neste caso, Ítalo Ferreira, que está machucado e não disputa a etapa da semana que vem, poderia voltar à briga. O atual campeão olímpico é o 12º do ranking da WSL.

Já Caio Ibelli, outro brasileiro do circuito, atualmente o 17º da classificação, pode convencer a CBSurfe e o COB se for o melhor do país na etapa do Taiti. Afinal, o que tanto a confederação quanto o comitê querem é alguém que possa ir à Olimpíada, naquelas mesmas ondas, e disputar uma medalha.


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