RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Entre os milhares de torcedores do Boca Juniors esperados no Rio de Janeiro para a final da Libertadores contra o Fluminense, neste sábado (4), nenhum foi tão ousado quanto Leandro Fortunato. Ele simplesmente veio a pé da Argentina e, após 28 dias, chegou à capital carioca na noite da última segunda-feira (30).
Engana-se, porém, quem pensa que o martírio de Leandro Fortunato se encerrou após conseguir executar a travessia de mais de 3 mil quilômetros. Isso porque ele está sem ingresso para a final no Maracanã, apesar de torcedores do Boca terem prometido que lhe darão uma entrada.
"Não tenho ingresso. Há promessas de que irão conseguir para mim, mas até o momento eu não tenho", afirmou Fortunato.
A reportagem encontrou o torcedor na praia do Leme, na Zona Sul (RJ). Ele estava ao lado de outros xeneizes, descansando em uma cadeira, pegando sol e saboreando um fernet, bebida alcoólica tradicional na Argentina.
Com um escudo do Boca Juniors tatuado ao lado esquerdo do peito, ele detalhou sua epopéia à reportagem:
"Se formos contar os dias que caminhei na Argentina antes do Boca chegar na final, são 28 dias. Caronas foram cerca de 400 quilômetros. Foram três caronas que eu peguei. Algumas por questão da inundação, do clima, eu não tinha saída. Então passava o motorista, freava e eu pegava a carona", diz.
As fortes chuvas que pegou por três dias consecutivos no Rio Grande do Sul fizeram com que ficasse com febre e tosse, algo que o fez pensar em desistir, mas ele foi resistente e quis cumprir a missão pelo Boca Juniors e seus torcedores, que o ajudaram com doações financeiras.
"Os torcedores me ajudaram muitíssimo. A verdade é que eu não estaria aqui se não fosse pelos torcedores. Pensei muitas vezes em desistir, mas vim por todas as pessoas que me apoiaram, que doaram dinheiro, por mais que alguns tenham doado apenas um centavo, mas eu sentia que por eles eu tinha que estar aqui. Eu tinha que cumprir a missão por eles mais que por mim. Foi uma viagem para relaxar a mente, a alma, o coração. É tudo pelo Boca e para vê-lo na final", diz o torcedor.
PAZES COM A ESPOSA
Durante a jornada, Leandro Fortunato postou que tinha sido bloqueado pela esposa no Whatsapp, Facebook e Instagram, algo que o deixou triste. No entanto, o caso teve uma reviravolta, com o torcedor tendo feito as pazes com a amada.
"Foram coisas que eu não deveria ter dito. Agora estamos falando, falo com minha filha todos os dias. Me equivoquei, confundi as coisas e somente isso, mas já está resolvido", disse ele.
CABELEIREIRO VAI PARA O RIO DE BICICLETA
O cabeleireiro Darío Chaile é outro torcedor do Boca Juniors que arrumou um jeito não muito convencional de ir ao Rio de Janeiro. Ele saiu da cidade de La Plata (Argentina) e está a caminho da capital carioca em sua bicicleta temática com as cores e escudos do clube do coração.
Assim como Leandro Fortunato, ele também tem pego caronas nas estradas, e carrega uma placa com a frase "Quiero llegar a Rio de Janeiro. Me ayudas [quero chegar ao Rio de Janeiro. Me ajuda]".
Caso consiga cumprir a missão, a previsão é a de que chegue mais próximo da decisão contra o Fluminense, no dia 4.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, informou nesta terça-feira (31) (31) que estuda abrigar os torcedores do Boca Juniors sem ingresso no Sambódromo, assim como foi feito na Copa do Mundo de 2014. A concretização do plano operacional acontecerá a depender do número de argentinos na cidade.
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