SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dia após reportagem da Folha de S.Paulo mostrar que o Corinthians encontrou equipamentos de espionagem na sala da presidência do clube, no Parque São Jorge, o ex-presidente alvinegro Duilio Monteiro Alves decidiu registrar um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado.
O ex-mandatário acredita que ele mesmo tenha sido o alvo do monitoramento oculto relatado pela gestão de Augusto Melo, que assumiu o cargo no último dia 2 de janeiro.
À Folha de S.Paulo, o ex-cartola disse na quarta-feira (10) desconfiar da situação, mas que "se havia algo, certamente o alvo era eu." Nesta quinta (12), ao site Ge.com, ele afirmou que registrou um B.O e criticou a postura da atual gestão. Segundo ele, é "inadmissível" que a nova diretoria não tenha procurado a polícia.
Duilio não atendeu as ligações, nem respondeu às mensagem enviadas pela reportagem nesta quinta para confirmar a informação do Ge. Ao site, ele enviou uma nota em que afirma que a torcida tem o direito de saber a verdade dos fatos.
"É imprescindível saber a verdade desses fatos, e por isso recorri às autoridades competentes. É o que deveria ter sido feito desde o início. A Fiel tem o direito de saber o que se passa, o que é verdade e o que é mentira", afirmou o ex-dirigente.
As câmeras e escutas escondidas no Parque São Jorge foram encontradas a partir de uma varredura determinada por Augusto Melo. Pelo menos três equipamentos de espionagem foram achados no andar em que fica a sala do cartola e onde ocorrem também reuniões com outros dirigentes e conselheiros.
A assessoria de imprensa da equipe confirmou a informação obtida pela reportagem com três fontes distintas e, em nota curta, disse somente que "a nova administração do Corinthians lamenta, mas não se surpreende com o ocorrido".
Um dos equipamentos estava atrás da tela de um quadro que fica atrás da mesa de Augusto. Outro foi encontrado em um interruptor de tomada, e o terceiro, debaixo da mesa da secretária da presidência.
Além dos membros da nova diretoria, os locais são frequentados por empresários de atletas e executivos de empresas com as quais o clube mantém ou negocia parcerias.
Até o momento, o presidente do Corinthians optou por não fazer um boletim de ocorrência. De acordo com pessoas próximas ao cartola ouvidas pela reportagem, ele teme ser acusado de ele próprio ter plantado os equipamentos para criar uma notícia.
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