Carlos Alessandro Alves O melhor enxadrista do interior de Minas Gerais est? em JF

Thiago Werneck
Colabora??o*
23/08/2007

H? mais de 30 anos o xadrez faz parte da vida do professor de f?sica, Carlos Alessandro Alves. Per?odo suficiente para deixar o enxadrista de Juiz de Fora como um dos 70 melhores do pa?s e o quinto de Minas Gerais, atr?s apenas de jogadores de Belo Horizonte.

A classifica??o ? feita atrav?s da Federa??o Internacional de Xadrez (FIDE) onde Carlos est? hoje entre os primeiros nove mil enxadristas do mundo. "Esse ? um resultado muito bom, principalmente porque s? agora estou procurando participar de mais competi?es. Sem contar os milhares de praticantes no mundo", observa Carlos. Estima-se que 500 milh?es de pessoas pratiquem xadrez.

Os melhores resultados na carreira foram um vice-campeonato no Campeonato Brasileiro Juvenil de 1985, o Campeonato do Centro Oeste em 2002, que lhe deu vaga para a final do Brasileiro absoluto, colocando o atleta entre os 20 melhores do pa?s. Outro orgulho de Carlos ? o quarto lugar no Campeonato Mundial Amador e a participa??o no Panamericano juvenil da Categoria, na Argentina.

Ficar entre os melhores no brasileiro lhe rendeu uma pontua??o na FIDE e Carlos n?o competiu mais no amadorismo. Para o enxadrista, o segredo ? estudar e competir sempre. "S? assim o enxadrista vai melhorar. Entrar no ranking da Fide ? uma honra e espero crescer dentro dele", destaca.

Atualmente, Carlos ? candidato a Mestre FIDE do xadrez. O professor est? na categoria que separa os profissionais de amadores. O enxadrista ainda pode ser Mestre FIDE, Mestre Internacional, Grande Mestre Internacional e Super Grande Mestre. Mas quem acha que subir um desses degraus ? f?cil, se engana. No n?vel mais alto do xadrez h? apenas 20 atletas no mundo, em categoria que ainda n?o ? oficial.

"Meu objetivo imediato ? ser elevado a Mestre FIDE, acredito que em dois anos eu consiga. Meu sonho ? me tornar um Mestre Internacional. Mas para isso ? preciso mais uns 20 anos de vida ou dedica??o exclusiva ao xadrez. ? muito dif?cil", conta Carlos.

Tamb?m treinador

Al?m de enxadrista e doutor em f?sica, Carlos treina a equipe de xadrez do Col?gio Militar de Juiz de Fora, onde ? professor. Em setembro ele viaja com dez alunos para Po?os de Caldas, onde eles disputam o Campeonato Brasileiro Escolar de Xadrez. "O col?gio est? patrocinando a viagem e isso ? fundamental para desenvolvimento do esporte", explica.

Como treinador, Carlos espera bons resultados de seus atletas. "Alguns deles t?m condi?es de sair com o t?tulo e ? isso que espero. Com bons resultados podemos incentivar mais o esporte e conseguir ainda mais apoio. Esse ? um come?o de um trabalho, mas nossa equipe vai disputar muitas competi?es para ter experi?ncia e alcan?ar bons resultados", ressaltou.

Carreira

Foto das medalhas de Carlos Os meninos do pr?dio de Carlos jogavam xadrez, quando ele resolveu entrar na brincadeira. A competitividade do esporte fez o garoto se interessar e logo ele adquirir um livro. Tr?s anos depois a situa??o foi ficando mais s?ria e aos 15 anos Carlos procurou um Clube de Xadrez.

Carioca, Carlos, viveu quase 30 anos em Bras?lia. Foi l? que ele viveu maior parte de sua hist?ria com o xadrez. H? tr?s anos ele vive em Juiz de Fora e ? o atual campe?o de xadrez da cidade, em competi??o realizada no final de 2006.

Na capital federal Carlos disputou v?rios campeonatos locais e tamb?m os os estaduais. Foram tr?s vice campeonatos na modalidade pensado e cinco t?tulos no modo r?pido, quando cada jogador tem 25 minutos para fazer todas as jogadas. "Fui tr?s vezes vice, mas ganhei o Torneio dos Campe?es de Bras?lia em 1994. Um torneio muito forte e que foi especial de vencer", conta.

O primeiro torneio disputado foi o xadrez nos Jogos Escolares Brasileiros (Jebs), de 1981. Dois anos depois, Carlos disputou seu primeiro Campeonato Brasileiro Juvenil, do qual dois anos mais tarde foi vice-campe?o. Depois veio o Pan-americano em 1985 e a disputa de v?rios torneios abertos pelo Brasil e um Brasileiro Interclubes em 1987.

A partir de 1988 Carlos participa apenas de torneios locais, para poder se dedicar ao curso de f?sica. Em 1992, o professor retorna aos campeonatos e fatura o t?tulo de Campe?o dos Campe?es de Bras?lia e o t?tulo de mestre brasiliense do xadrez.

A participa??o em torneios continuou at? 1995, quando o enxadrista ficou empatado com outros quatro na segunda posi??o do Aberto do Brasil. "Foi um torneio muito dif?cil, com jogadores de potencial. Depois me voltei para meu doutorado e trabalho e voltei a jogar apenas torneios locais", relata Carlos.

Carlos em entrevista ? ACESSA.com O retorno em 2002 ? um grande ano para Carlos: vice-campe?o do Centro Oeste, ele assegura a vaga na final do Brasileiro e fica em quarto lugar no Mundial Amador de Xadrez, em Bento Gon?alves, no Rio Grande do Sul. Depois, j? em Juiz de Fora, o enxadrista de Juiz de Fora ainda chegou ?s semi-finais do Brasileiro 2004, ficou entre os dez melhores no pr?-ol?mpico em Belo Horizonte, foi Campe?o da Zona da Mata em 2005 e quinto lugar no Campeonato Mineiro de 2005.

Este ano Carlos foi um dos jogadores de xadrez que classificou a equipe de Presidente Prudente, no interior paulista, para os Jogos Abertos do Interior de S?o Paulo, o maior evento esportivo do pa?s. "Eles me patrocinam para jogar pela cidade. Vencemos o regional e nos classificamos. L? eles valorizam o xadrez", destaca.

Nesse fim de semana, Carlos foi terceiro colocado no Open de Petr?polis e ele ainda espera disputar o Campeonato Interclubes do Rio de Janeiro pelo Clube de Xadrez de Niter?i.

Projetos

Carlos n?o joga mais torneios em Minas Gerais. O motivo ? a falta de apoio em Juiz de Fora. "Tentei patroc?nios aqui na cidade, mas n?o tive sucesso. Em S?o Paulo e no Rio de Janeiro, eles pagam para eu jogar. Em Vit?ria, Esp?rito Santo, a premia??o ? muito boa e em Bras?lia tenho onde ficar. Tenho jogado nesses quatro estados e n?o represento Juiz de Fora, em Minas, porque sai caro arcar com tudo do meu bolso, enquanto tenho apoio em outros estados", explica.

A esperan?a agora ? conseguir patroc?nio para disputar o Torneio Intercontinental que re?ne os enxadristas panamericanos e d? vagas para o Mundial. "Agora estou me dedicando mais a torneios de xadrez e conseguir participar de uma competi??o como essa ? importante para meus planos de ser titulado Mestre FIDE", revela.

*Thiago Werneck ? estudante de Jornalismo da UFJF