Matheus Brum Matheus Brum 1/08/2016

Num retorno histórico, Tupynambás vence Ponte Nova por 2 a 1

Depois de nove anos, o torcedor do Baeta pode matar a saudade das cores vermelha e branco no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio. E a volta não poderia ser melhor do que com uma vitória. Tudo bem que ela não foi tão fácil. A equipe do Ponte Nova saiu na frente com Bruno, mas o Leão rugiu, e Juninho e Assis comandaram a virada, para a alegria dos pouco menos de 500 torcedores presentes no Municipal.

A partida que marcava a estreia das duas equipes no Grupo C da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro (equivalente a Terceira Divisão Estadual) começou animada. Aos 4 minutos, Caetano faz lançamento longo buscando Ademílson. O camisa 9 deixou a bola quicar e de costas tentou encobrir o goleiro João Pedro. A bola passou a esquerda do gol.

Três minutos depois, veio a resposta do Ponte Nova. Numa falta frontal, na intermediária, Junior Lima bateu. O goleiro João Paulo fez golpe de vista, e quase se complicou, já que a bola explodiu na junção da trave com o travessão.

Gerson Evaristo armou o Baeta num 4-2-3-1, com bastante movimentação entre os três armadores. Juninho, João Willian e Assis buscavam o tempo inteiro Ademílson, que jogou enfiado entre os dois zagueiros do Ponte Nova. Percebendo o posicionamento do camisa nove, a zaga adversária abusou da linha de impedimento, deixando o maior artilheiro da história do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio impedido três vezes em apenas 14 minutos.

Mesmo com o alto número de impedimentos, o Baeta abusava dos lançamentos longos buscando os meias abertos e o centroavante. Do outro lado, o Ponte Nova jogava com passes mais curtos, buscando cruzamentos na área. E foi assim que saiu o primeiro gol. Iran fez cruzamento pela direita, no segundo pau. Bruno, sozinho, bateu de primeira, no canto esquerdo de João Paulo.

Na saída de bola, o Baeta quase conseguiu o empate, Assis foi lançado no ataque, saiu cara a cara com João Pedro, que se agigantou, fechou o ângulo e evitou o empate.

No banco de reservas, Gerson Evaristo tentava jogar com o time. Gesticulando, ele pedia movimentação da equipe, principalmente marcação pressão na saída de bola. Os jogadores atendiam seu pedido, mas com muita desorganização, cometendo muitas faltas na intermediária ofensiva.

Em alguns momentos, parecia que estávamos assistindo uma partida amadora, de várzea, lugar de origem de vários dos atletas que estavam em campo. Os jogadores não ligavam para esquema tático e abusavam da desorganização, com três, quatro atletas correndo ao mesmo tempo atrás da bola. Sem organização, as jogadas não fluíam, e o jogo foi ficando mormo, com vários erros.

Apenas no final do primeiro tempo que tivemos chances, todas do Baeta. Aos 44, um impedimento mal marcado tirou a chances de empate do Leão do Poço Rico. Juninho recebeu na meia lua, fez um belo giro na marcação e rolou para Adê. O camisa nove estava em posição legal, mas o assistente Samuel Henrique marcou a irregularidade.

No minuto seguinte, Danilinho cortou da direta para o meio, sofrendo falta de Jeffinho, que recebeu o cartão amarelo. Na cobrança, Juninho fez a torcida vibrar depois de 9 anos. O camisa 10 demonstrou imensa categoria ao bater de direita, no contrapé do goleiro João Pedro, que só olhou a bola ir no ângulo direito da sua meta.

A segunda etapa começou agitada, da mesma forma que o primeiro tempo. Aos seis minutos, veio a virada do Baeta. Juninho, o cara da partida, fez um belo lançamento de 30 metros para Assis. O camisa sete acelerou pela direita, invadiu a grande área e tocou na saída de João Pedro, para a festa das várias crianças presentes no Municipal.

E a dupla estava impossível. Minutos após o belo gol, quase um golaço. Juninho recebeu na meia lua e de trivela abriu na direita para Assis, que de primeira mandou um tirambasso, para grande defesa do arqueiro pontenovense.

Depois da virada, o jogo caiu de produção. O Baeta mantinha a posse de bola, mas não conseguia converter essa vantagem em chances claras de gols. O time finalizava, mas sem causar perigo.

Do outro lado, os jogadores do Ponte Nova sentiam fisicamente, e não conseguiam marcar sob pressão e chegar ao ataque. Percebendo a vantagem, o Leão do Poço Rico “cozinhou” o jogo, também se segurando para evitar o desgaste nos minutos finais, já que no banco de reservas havia apenas quatro jogadores, por conta de problemas na regularização dos atletas junto à CBF.

No comando do ataque, Ademílson buscava a todo o tempo o seu gol. Sem jogar na “sua casa”, desde o ano passado, ele se movimentava, marcava, pedia a bola e dava orientação. Aos 32 minutos, Juninho cruzou da direita. Na risca da pequena área, Adê “foi quente” para empurrar pro gol. Só que antes do camisa 9, o goleiro João Pedro “tirou o doce da boca” do atacante, afastando o perigo.  

A falta de ações ofensivas quase custou caro ao Baeta. Aos 40 minutos, a zaga alvirrubra falhou mais uma vez, de forma bem parecida com a que ocasionou o primeiro gol. Vinícius recebeu dentro da área, pela esquerda, sozinho. Ele dominou e escolheu o canto. Só que dessa vez João Paulo fechou o ângulo e conseguiu fazer a defesa.

O lance serviu para despertar os jogadores do time da casa, que passaram a prender melhor a bola dentro no campo de ataque, deixando o relógio passar. Uma falta em Igor Balotelli, aos 48 minutos do segundo tempo, marcou o final da partida. Feliz volta do Baeta, com uma vitória depois de nove anos.
Com o resultado, o Tupynambás termina a primeira rodada na primeira colocação do Grupo C, que conta com Betinense, Itaúna, Venda Nova, além do Ponte Nova. O Baeta folga na próxima rodada e só volta a campo na quarta-feira, dia 10 de agosto, contra o Itaúna, às 19h30, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.

Ficha Técnica – Tupynambás 2 vs 1 Ponte Nova

Gols: Ponte Nova (Bruno, aos 11 minutos do 1º tempo); Tupynambás (Juninho, aos 45 minutos do 1º tempo, e Assis, 7 minutos do 2º tempo)

Tupynambás: João Paulo; Danilinho, Caetano, Vavá e Douglas; Miguel, Assis (JP), Canário e Juninho (Igor Balotelli); Willian e Ademílson. Técnico: Gerson Evaristo

Ponte Nova: João Pedro, Júnior Lima, Higo, Roger e Jeffinho; Magu (Gleison), Lucas, Nandão (Matheus) e Bruno (Vinícius); Iran e Iracles. Técnico: Joselito Gomes

Cartões: Tupynambás (Douglas, aos 36 do 2º tempo); Ponte Nova (Jeffinho, aos 44 do 1º tempo; Lucas, aos 17 do 2º tempo; Roger, aos 23 do 2º tempo; Higo, aos 39 do 2º tempo, e Gleison, aos 43 do 2º tempo);

Arbitragem: Michel Patrick, auxiliado por Samuel Henrique e Bernardo de Souza Pádua

Público e Renda: 471 (298 pagantes) / R$2.200,00

Estatísticas

Tupynambás Ponte Nova
Passes Errados 53 39
Faltas Cometidas 19 12
Impedimentos 6 0
Desarmes 9 5
Cartões 1 5
Finalizações 21 7


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.

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