Bom de conta!
Aumento da passagem fez estudante mudar para perto da UFJF e economizar cinco vezes mais porque parou de andar de ?nibus

Ricardo Corr?a
Rep?rter
08/02/06

Clique no ?cone ao lado para ver a explica??o de Rafael Pereira Pires sobre o reequilibrio das finan?as ao decidir morar do lado da UFJF.

Veja!

Rafael Augusto Pereira Pires faz comunica??o. N?o tem aulas de matem?tica na faculdade, mas de tanto se equilibrar nas finan?as, j? faz contas melhor que muita gente da ?rea de exatas. E foi assim, fazendo contas, que ele chegou ? conclus?o de que deveria se mudar para o Bairro S?o Pedro, pr?ximo ? Universidade Federal de Juiz de Fora, onde estuda. Deixou a casa dos pais, no Bairro Santo Ant?nio, e mesmo assim conseguiu provar, na ponta do l?pis, que pagar um aluguel ficaria mais barato do que continuar gastando dinheiro com quatro ?nibus do bairro onde morava at? o Campus.

As contas de Rafael nunca foram confort?veis, mas apertaram bastante nos ?ltimos tempos. Primeiro porque, demorando duas horas entre idas e vindas para a UFJF, se preparando para a monografia de fim de curso e tendo que cursar mat?rias que estava devendo na faculdade, passou a ficar o dia todo no Campus. Com isso, teve que largar o trabalho como eletricista aut?nomo, e viu sua renda cair. Era a ?nica maneira de terminar o curso de comunica??o.

Sem o trabalho, a ?nica renda de Rafael passou a ser o aluguel de uma casa que ele possui no bairro Santo Ant?nio, onde moram os pais. Com os R$ 250 arrecadados ali, ele banca sua estadia na faculdade. Pelo menos era assim, at? que as passagens de ?nibus aumentaram de R$ 1,30 para R$ 1,55.

Antes, para ir e voltar para a faculdade durante 20 dias em um m?s, ele gastava R$ 104. A soma de quatro ?nibus que precisava pegar por dia, para ir at? o Centro, subir para o Campus, voltar para o Centro e ir depois para o Bairro. Com o aumento, o valor mensal passou para R$ 124: metade da renda, o que fez ele tomar uma medida dr?stica.

"Foi o estopim. Eu j? estava com a id?ia de sair, a? veio esse aumento. J? tinha o fato de que eu demorava duas horas para ir e voltar e eu fui ficando sem tempo tamb?m", explicou o estudante, que mudou-se para o Bairro S?o Pedro, em frente ? Universidade.

Como ele morava na casa dos pais, ganhou mais contas com o novo endere?o. Mudou-se para uma casa em que j? moravam dois amigos. O aluguel, de R$ 240 passou a ser dividido pelos tr?s. O valor de R$ 80, mais no m?ximo R$ 20 para pagar a luz, que n?o est? inclu?da no aluguel, ficou um pouquinho abaixo dos antigos R$ 104 que ele pagava, e quase R$ 25 a menos do que o novo valor que gastaria com as passagens.

Outros gastos
Parece pouco, mas os R$ 25 que Rafael economizou fizeram muita diferen?a. Ao trocar os ?nibus pelo aluguel, ele conseguiu reequilibrar as finan?as, que estavam a perigo. Al?m desses gastos, o estudante tem outros, b?sicos. Com alimenta??o, por exemplo, Rafael calcula que gasta R$ 100 por m?s, ou R$ 5 por dia. Como ele precisa ficar a maior parte do dia na UFJF, colocou nessa conta o almo?o e a janta, a R$ 1,40, gra?as ao Restaurante Universit?rio e os t?quetes que o pr?prio R.U. fornecem para alimenta??o nas cantinas. S? a?, s?o R$ 2,80 por dia. Os outros R$ 2,20 s?o para um caf? da manh?, alguma outra coisa para comer ? noite ou durante a tarde.

Outro gasto que costuma pesar no bolso do estudante s?o as fotoc?pias, ou os xerox. Rafael Pereira gasta R$ 20 por m?s com esse servi?o. Se tivesse que pagar os R$ 124 da passagem, teria: R$ 100 alimenta??o + R$ 20 xerox + R$ 124 de transporte = R$ 244. Resultado: dos seus R$ 250 mensais, sobrariam R$ 6. Ou seja, sem chance de se divertir, fazer qualquer outra coisa, comprar qualquer coisa ou se defender de um imprevisto.

"Era cheque especial direto, e se n?o fosse o Restaurante Universit?rio ent?o a? a minha renda n?o iria ag?entar. Eu n?o iria conseguir continuar", diz o estudante, que se tivesse que pagar R$ 3 por um almo?o, por xemplo, veria seus gastos com alimenta??o mais do que dobrarem e consumissem toda sua renda.

A mudan?a para S?o Pedro aconteceu h? poucos dias, logo quando a passagem aumentou, mas ele j? viu diferen?a. No bolso, ? claro, j? que agora ao inv?s dos R$ 6 sobram pelo menos R$ 30. E tamb?m no dia-a-dia.

"No Santo Ant?nio eu tinha que acordar muito cedo, ?s 7 horas, acabava gastando mais tamb?m. Agora eu estou aqui do lado. Se estou com fome d? para ir em casa e fazer uma refei??o r?pida ao inv?s de comprar um salgado. Fica mais barato tamb?m", disse o estudante, que forma-se ainda este ano.