A queda de rendimento do Baeta

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A queda de rendimento do Baeta

A queda de rendimento do Baeta

 Matheus Brum 20/04/2017

Com quatro derrotas em quatro jogos do Hexagonal Final do Módulo II do Campeonato Mineiro, as chances de acesso do Tupynambás estão indo embora. Porém, o que aconteceu com o time que foi segundo lugar no Grupo A, e classificou jogando um belo futebol?

Neste texto, tento elencar alguns problemas que tenho visto no time, nos últimos jogos.

1º - Entrada do Ademilson
Pode parecer controverso, mas, a entrada do atacante, fez com que o time tivesse uma queda de rendimento. Com todo o respeito que é devido ao Adê, já que ninguém se torna o maior artilheiro da história do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio a toa, mas, o estilo de jogo dele não combina com o do Baeta. Mesmo com um vigor físico invejável aos 41 anos, sua presença faz o ataque ficar mais parado. Preso entre os zagueiros, os pontas precisam ser mais incisivos e abrir espaço entre os laterais e zagueiros. Porém, não é isso que é visto nos jogos. Os atacantes de velocidades (Ygor, Igor Santana e Tony), tem procurado chegar na linha de fundo e fazer cruzamentos na área, que não tem funcionado. Tanto que, em quatro jogos, Adê só marcou um gol, de pênalti, na derrota para o NAC.

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Quando Balotelli formava trio de ataque com Igor Soares e Tony, o time perdia em referência, mas ganhava na velocidade, jogadas em triangulação e na chegada dos meias ao ataque. Tanto que Marcelo Brandão cansou de perder ótimas oportunidades. O exemplo maior de como este esquema funcionava, foi na vitória, de virada, contra o Betinense, por 3 a 1. Ao sair atrás do placar, a equipe recuperou o placar em 20 minutos.

Confesso que tanto eu, quanto outros colegas da imprensa, pedíamos um centroavante no time titular. Porém, reconheço que o esquema de jogo com ataque móvel e veloz é mais interessante.

2º - Descompactação

Com a entrada de Adê, a equipe tem ficado descompactada em campo. Com as linhas de defesa, meio e ataque espaçadas, as jogadas curtas não acontecem. Assim, os jogadores abusam dos lançamentos longos e jogadas individuais.

Na primeira fase, era comum ver os meias chegando ao ataque e finalizando. Como disse acima, Brandão cansou de perder gols na grande área ou proximidades. Assim como ele, outros atletas tiveram chances de marcar.

Se não acertar o posicionamento das linhas, continuaremos vendo jogos fracos, poucas chances de gols e um time abusando de ligações diretas. Com os jogadores mais próximos, tabelas, triangulações e passes em profundidade vão sair com mais naturalidade.

Outro ponto negativo é a falta de finalizações de média e longa distância. Na Segundona, ano passado, Juninho levava perigo nestes chutes. Porém, com a saída do meia, ninguém consegue suprir esta carência.

3ª – Falhas defensivas

Se um time faz poucos gols, a defesa precisa dar suporte para segurar o placar. Contudo, isso não tem acontecido no Módulo II. São 18 gols sofridos, em 14 jogos. Média de mais de um gol por partida. E as falhas do sistema defensivo tem relação com os dois problemas que citei. Como o time tem jogado descompactado e com um centroavante, os laterais tem sido a válvula de escape. Desta forma, mais espaços são abertos nas costas dos camisas 2 e 6. Quando o adversário tem jogadores rápidos pelas pontas, um furdúncio tem sido visto em campo.

Com as laterais abertas, a zaga “bate cabeça”, já que é mais exigida. A bola área e a saída de jogo tem sido um problema. Washington, principalmente, tem sido o pivô de algumas falhas. Tanto que acabou barrado para a entrada de Thales, no confronto contra o Boa.

Os volantes precisam dar um suporte maior aos zagueiros, para passar mais confiança. Pinguim tem um papel fundamental neste processo. Tanto para recompor, como um terceiro zagueiro, mais adiantado, como o responsável por fazer a transição da bola entre defesa e meio de campo.

Acompanhando o trabalho do Lúdyo, sei que os problemas serão arrumados. O fato do time estar jogando duas vezes por semana dificulta um acerto, já que os treinamentos são reduzidos. A participação no Módulo II deste ano vai ser fundamental para poder entender como funciona o campeonato e ajudará na montagem da equipe no ano que vem. Infelizmente, as chances do acesso são quase nulas.