Tecnologia e necessidade
N?o d? pra escapar da tecnologia! Pessoas contam como ? lidar com os avan?os da inform?tica no mundo atual

S?lvia Zoche
Rep?rter
29/09/2005

O m?dico, Pablino Duarte Paredes, fala sobre sua rela??o com as novas tecnologias e sua familiaridade com a m?quina de escrever. Clique no ?cone ao lado e ou?a!

Ou?a!

Celular, palm top, orkut, internet, impressora, blog, DVD, m?quina digital... tudo de ?ltima gera??o. ? s? comprar um modelo, que o mercado lan?a outra novidade.

O avan?o da tecnologia ? algo t?o corriqueiro que algumas pessoas convivem com isso, naturalmente, trocando seus aparelhos novos por outros ainda mais novos.

Mas, por incr?vel que pare?a existe quem, apesar de saber da import?ncia das novas tecnologias, fica incomodado ao perceber que tanta gente dependente das m?quinas.

Voc? tem celular?
O jornalista, Fernando Farias Rocha (foto ao lado), n?o ? contra o celular, mas fica indignado com o mau uso que as pessoas fazem do aparelho. "Adoro tecnologia. O problema ? a forma como ela ? usada. J? voltei de uma viagem com uma senhora ao meu lado, contando sobre a cirurgia de varize que ela fez. ? um absurdo as pessoas contarem suas intimidades, assim, no celular", diz.

Outro inconveniente que deixa Fernando abismado ? a falta de no??o de alguns que ainda deixam o celular ligado em sala de aula, teatro, cinema... Celular pra crian?a? Nem pensar! A palavra-chave para ele ? utilidade. "Muitos amigos dizem que ainda vou 'queimar a l?ngua' e que vou ter um celular. Acredito que eu possa ter mesmo, mas com certeza ter? um bom motivo", afirma.

Assim diz, tamb?m, o jornalista M?rcio Corino (foto abaixo, ? direita) que ainda n?o v? necessidade de adquirir um celular. Formado h? pouco tempo, ele conta que nem seus irm?os e a sua m?e sentem vontade de ter um aparelho.

Parece estranho, mas o ?nico celular que eles possuem fica em casa. "? que o telefone fixo n?o faz liga??o para celular. Quando ele ? usado, falamos r?pido, somente o necess?rio", explica.

O que inquieta M?rcio ? algu?m afirmar que n?o vive sem o celular. "N?o acredito nisso. Como era a vida dessa pessoa antes?", questiona. Tanto para M?rcio quanto para Fernando, celular com c?mera digital, internet e outros acess?rios ? exceder os limites do indispens?vel.

O m?dico, Pablino Duarte Paredes (foto abaixo), at? j? ganhou um celular, mas n?o quis. "Pedi desculpas ? pessoa que me presenteou, porque esqueci o aparelho em cima da c?moda por tr?s dias. Celular pra mim ? coleira e n?o tenho pacientes que precisam de atendimento urgente. Quem quiser me encontrar, sabe como", declara.

Qual ? o seu e-mail?
Aten??o: n?o pergunte o email a Paredes se n?o for para enviar mensagens s?rias, de cunho cient?fico. Ele, que h? pouco mais de um ano se familiariza com o computador, tem receio de receber v?rus ou scams em sua m?quina. "Sou seletivo, inclusive na internet. S? entro em sites que acredito serem de institui?es confi?veis", diz.

Intimidade mesmo o m?dico possui com a m?quina de escrever, j? que trabalhou por 15 anos como datil?grafo. "Eu nasci no ambiente da inform?tica. Acredito que ? uma evolu??o muito bem bolada, mas fico com o que ? essencial pra mim". Ele ainda acha que a m?quina de escrever, que usava no consult?rio at? pouco tempo atr?s, ? uma grande aliada, desde que n?o seja a el?trica. "O computador ? como nossa vida. Pode pifar a qualquer momento".

O crit?rio de Fernado para o e-mail ? ter algo importante para comunicar. "N?o envio foto, corrente, nada desse tipo e quando recebo mensagens assim mais de uma vez, j? aviso a pessoa para evitar", conta.

Quando a data ? importante, nada de enviar e-mails. M?rcio prefere enviar uma carta para a pessoa. "E-mail qualquer um pode mandar em meu nome. J? a carta escrita ? m?o, d? pra identificar que a letra ? minha".

J? tem convite?
"Eu dizia que orkut era perda de tempo", fala M?rcio. Mas a resist?ncia foi quebrada quando um de seus irm?os mostrou como funciona. "Achei interessante, mas ainda acho estranho a forma como as pessoas escrevem, sem falar nos erros de portugu?s".

Convite para fazer parte do site foi o que n?o faltou na caixa de e-mails de Fernando. "At? aceitei pra ver como ?. Acho as comunidades mais botecos virtuais e o orkut um grande confession?rio. N?o fa?o parte mais e as pessoas t?m mania de dizer que quem n?o participa ? anti-social ou 'jur?ssico'", conta.