Kim Ribeiro
40 anos de carreira e amor pela m?sica

Fernanda Monteiro
26/03/04

Kim fala sobre o aprendizado da m?sica e a produ??o instrumental contempor?nea. Ou?a Majestic

Veja!Veja Ou?a!

Juizforano de 31 de janeiro de 1949, Joaquim Augusto de Assis Ribeiro de Oliveira, nosso querido Kim, completa 40 anos de carreira e lan?a o CD Majestic.

Nascido no extinto Casar?o da Rua Braz Bernardino, ele ? filho de Marita de Assis Ribeiro de Oliveira e do m?sico Joaquim Ribeiro de Oliveira, integrante da Orquestra Filarm?nica de Juiz de Fora. O Joaquim, pai, foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia e Letras de Juiz de Fora, que chegou a funcionar no casar?o.

Da Braz Bernardino, ele foi para o Pal?cio Arquiepiscopal, doado ? arquidiocese para que fosse preservado. Foi neste ambiente de erudi??o que o nono de dez irm?os foi criado. "Minha inf?ncia foi completamente diferente. Desde novo, minha distra??o era ficar observando astros no telesc?pio com meu pai", lembra.

O in?cio
Kim Ribeiro iniciou sua carreira aos 15 anos. Era um dos poucos em Juiz de Fora que tocava flauta. De apresenta?es em casas noturnas a festivais de m?sica no Theatro Central. Tocou com nomes como Sueli Costa, Walmiro, Narciso, Afr?nio Costa, Jo?o Medeiros. "Na ?poca da Bossa Nova, tocava mais de ouvido. Eu lia e escrevia mal. Fui aprender m?sica mesmo no Pr?-Arte no Rio de Janeiro", diz.

Apesar do pai ser m?sico, n?o gostou quando Kim falou que queria estudar m?sica. "Ele achava que m?sica n?o era profiss?o, que eu tinha que me formar", conta o flautista. Em 1968, Ribeiro, ent?o, prestou vestibular e come?ou a estudar engenharia qu?mica na UFRJ. "Escolhi este curso porque n?o tinha em Juiz de Fora". Longe dos olhos do pai, ele come?ou a estudar m?sica e largou a faculdade. Quando o pai descobriu, teve que trabalhar, mas n?o desistiu do sonho.

Carreira
O m?sico passou em um concurso e come?ou a trabalhar na Banda do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara, onde tocava p?ccolo. Kim Ribeiro estudou m?sica com C?sar Guerra Peixe, Esther Scliar, Homero de Magalh?es, Lenir Siqueira e Odette Ernest Dias.

Tocava na noite carioca e acompanhou artistas do nipe de Ala?de Costa, Baden Powell, Nelson, Cavaquinho, Jackson do Pandeiro, Alceu Valen?a e Geraldo Azevedo em seus shows.

Em 1975, voltou a Juiz de Fora e come?ou a dar aula no Conservat?rio Estadual de M?sica. Em 1980, mudou-se para Porto Alegre, onde permanece at? 1985. L? conhece futuros parceiros musicais e termina seu primeiro LP Kim Ribeiro, j? com composi?es pr?prias.

Ao longo da vida, participou de diversos grupos, como o Quinteto de Sopros Juvenes, Ad Libitum, Quarteto Pixinguinha e Trio de Madeiras.

Hoje
Pai de tr?s filhos e separado da terceira mulher, Kim Ribeiro vive hoje em Juiz de Fora, em seu reduto no meio da Floresta (literalmente), cercado de montanhas verdes e ?rvores frut?feras. Ali, faz sua pousada entre uma viagem e outra, comp?e, toca e trabalha como programador de Delphi.

Na sua opini?o, ainda falta espa?o para a m?sica instrumental em Juiz de Fora. "Espa?o para o m?sico alugar e se produzir tem. O dif?cil ? algu?m que produza o m?sico instrumental", avalia. Na competi??o de mercado, o marketing em cima das outros estilos de m?sica, de maior apelo, acabam vencendo. "O m?sico instrumental, em geral, n?o se vende", completa.

Por outro lado, o p?blico responde positivamente a qualquer apresenta??o de m?sica instrumental com valor mais acess?vel, como nos festivais. "Os festivais s?o legais, tem mais ? que ter. As leis de incentivo, mais ainda, para compensar um pouco esta lacuna", concorda o m?sico, inconformado por seu projeto de CD comemorativo de seus 40 anos de carreira n?o ter sido aceito pela Lei Murilo Mendes. Mas, at? a recusa nas m?os do artista virou um samba.

Ensino de m?sica
Em rela??o ao ensino de m?sica erudita para crian?as de baixa renda, como forma de reinsers?o social, ele ? ponderado. "? legal. Mas, n?o sei se ? por a?. A m?sica erudita nunca poderia ser tocada com o refinamento que ela exige e n?o tem a ver com o ritmo do ambiente social em que a crian?a est? inserida. Uma banda seria mais interessante. Sem contar, que tem muito m?sico contempor?neo bom que poderia fazer um trabalho voltado para estas crian?as", opina.

Por falar nisso, Kim explica que a m?sica contempor?nea explora o instrumento, improvisa, e tem a liberdade de misturar o erudito com tons de choro ou de jazz. E que o futuro m?sico deve se preocupar em escutar m?sica, aprender a ler e a escrev?-la e tocar muito.

Discografia:


Autorais:
  • 1981 - LP Kim Ribeiro
  • 1982 - LP Kim Ribeiro/Raimundo Nicioli
  • 1983 - LP Porto Alegre 83
  • 1998 - CD Kim.Mid - Cec?lia vai ao cinema (feito no computador)
  • 2000 - CD Jubileu
  • 2000 - CD Quinteto Pixinguinha (independente do quinteto)
  • 2002 - CD No boteco do H?lio (independente do Choro & Cia)
  • 2003 - CD Majestic

Coletivos:

  • 1982 - LP Unim?sica, Sigla
  • 1996 - CD Unim?sica 150, UFRGS
  • 2001 - CD Cartografia Musical Brasileira - Minas Gerais

Participa?es:

  • 2000 - Brincadeiras de Quintal (independente de Bilinho Teixeira)
  • 2001 - Ritmo do Tempo (independente de Jo?ozinho da Percuss?o)
  • 2001 - Bodas de Flauta (independente de Est?v?o Teixeira)
  • 2003 - FreeBop Duo II (independente de Don Camilo)