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A classe operária nos albores da República

Raimundo Santos - Dezembro 2010
 

Michel Zaidan Filho acaba de lançar Estado e classe operária no Brasil. Lutas sociais nos albores  da República (Recife: Nucleo de estudos eleitorais, partidários e da democracia-UFPE. 200p). Resultado de pesquisa em arquivos oficiais, privados e de instituições universitárias, o livro estuda a origem da legislação social durante os anos vinte, bem como a existência de um forte sindicalismo reformista no Rio de Janeiro. O estudo da legislação social-trabalhista é feito a partir da "estranha" hegemonia da classe dominante e, sobretudo, de sua crise nos últimos anos da década de vinte. O primeiro capítulo versa sobre a montagem dessa legislação, passando pela criação do Conselho Nacional do Trabalho, os projetos do Código do Trabalho, a regulamentação da lei de acidentes no trabalho, a lei de férias, a regulamentação do direito de greve e as primeiras experiências de conciliação e arbitragem entre classes sociais. Como pano de fundo, é apresentado o cenário de permanente crise de hegemonia da burguesia cafeeira e as tentativas intermitentes de cooptação da classe operária carioca. Discutem-se, também, as conveniências da política externa brasileira e a necessidade de judicializar a questão operária. O segundo capítulo traça a fisionomia da pequena-burguesia reformista da Primeira República, a partir da trajetória de líderes como: Evaristo de Moraes, Joaquim Pimenta, Maurício de Lacerda, Alexandre Herculano e outros. Finalmente, o terceiro capítulo traz um retrato dos sindicatos "amarelos" do Rio de Janeiro e suas inúmeras articulações político-eleitorais com o governo federal. Na  introdução, há um balanço da historiografia do movimento operário e trabalhista brasileiro, apontando suas lacunas e omissões. O livro contém uma farta e bem informada bibliografia sobre o tema e a indicação de fontes primárias da pesquisa.

 



Fonte: Especial para Gramsci e o Brasil.

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