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Começa mais um "ano gramsciano"

A. Veiga Fialho - Março 2007
 

Como acontece tradicionalmente, a área dos Democratas de Esquerda e da Fundação Instituto Gramsci deu início oficialmente a um novo "ano gramsciano", e, para organizar a comemoração dos setenta anos da morte do pensador sardo, constituiu-se, em Roma, um comitê presidido por Renato Zangheri.

Eis algumas datas já estabelecidas. Em 27 de abril, em Cagliari, com a presença do presidente da República, Giorgio Napolitano, será apresentado o primeiro volume da "edição nacional" dos escritos de Gramsci. Em 27 e 28 de abril, em Roma, acontecerá o Seminário Internacional "Gramsci, a cultura e o mundo", com a presença de historiadores e politólogos europeus, estadunidenses, latino-americanos, chineses, indianos e do mundo árabe. Em novembro, no Teatro Stabile de Turim, haverá uma mesa-redonda com expoentes da nova geração de estudiosos. Entre 13 e 15 de dezembro, em Turi, se refletirá sobre o tema "Gramsci no seu tempo". Também estão previstos encontros e manifestações culturais promovidos pelo Instituto Gramsci em Berkeley, Pequim, Moscou e Buenos Aires, este último evento em conjunto com a seção mexicana da International Gramsci Society - IGS.

Para sintetizar o espírito das iniciativas do Instituto, seguem palavras de Giuseppe Vacca, seu atual presidente: "Antonio Gramsci foi um político, e na política deve-se buscar a unidade da sua obra. Mesmo nos anos do cárcere fascista, que lhe arruinou irremediavelmente as fibras e lhe tomou prematuramente a vida, Gramsci foi um combatente político, um grande italiano e um grande reformador europeu. No movimento comunista, foi o iniciador da crítica mais fecunda do stalinismo e do marxismo soviético. Mas seu pensamento transcende o horizonte histórico-político do seu tempo, e, quanto mais passam os anos e suas obras se difundem em contextos culturais distantes daquele em que foram originalmente concebidas, tanto mais sua investigação se afirma como uma ‘encruzilhada’ das maiores questões do nosso tempo: os dilemas da modernidade, a subjetividade dos povos, as perspectivas do industrialismo, a crise do Estado-nação, o fundamento moral da política".

O comitê, presidido por Zangheri, conta com nomes de destaque no mundo político e cultural italiano, como, entre outros, o próprio Giuseppe Vacca, Piero Fassino (secretário-geral dos DS), Massimo D’Alema, Alfredo Reichlin, Giovanni Berlinguer, Aldo Agosti, Giuliano Procacci e Tullio De Mauro.

[Ver também: Encontro da IGS na Sardenha; Na UFMG, Gramsci, política e educação; Em Marília, o V Seminário Internacional Gramsci; Editora da URJF lança livro gramsciano; Gramsci em Belém; Gramsci em Ribeirão Preto, Franca e Jaboticabal; Gramsci na Cidade do México e Gramsci em Buenos Aires]



Fonte: Especial para Gramsci e o Brasil.

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