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Morreu Hércules Corrêa

Hamilton Garcia de Lima - Outubro 2008
 

Morreu no dia 17 de outubro, aos 78 anos, em conseqüência de um AVC, o líder comunista e sindicalista Hércules Corrêa, fundador e dirigente do CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), entre 1961 e 1964, e membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro até 1989.

Na clandestinidade desde o golpe militar, sob o codinome "Macedo", Hércules fugiu para o exterior (Moscou) depois de escapar de maneira sensacional de uma perseguição policial em 1975. O regime militar, diante da derrota eleitoral em 1974 e da vitalidade do PCB, inteiramente contrário à luta armada, resolveu dizimar o partido, prendendo, torturando e assassinando seus dirigentes. Na ocasião, ao ser colocado sob a mira de revólveres numa operação clandestina da repressão, "Macedo" desferiu um soco no estômago do policial à paisana que o forçava a entrar num fusca. E saiu correndo pelas ruas de Madureira, no Rio de Janeiro, gritando por socorro, pois estaria sendo assaltado. Acuados pelos transeuntes, os seqüestradores fugiram com medo da reação popular.

Apesar da pouca instrução formal, da militância sindical e da formação política com base nos velhos manuais stalinistas, Hércules se destacou pela independência política e intelectual, o que lhe valeu a desconfiança de companheiros, como Prestes, que conduziam o partido manu militari, ficando no ostracismo até seu retorno ao Brasil pela anistia de 1979. De Hércules Corrêa, deve ser lembrado, entre outros, o livro A classe operária e seu partido. Textos políticos do exílio (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980).



Fonte: Especial para Gramsci e o Brasil.

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