Fascinação por games Dois apaixonados por jogos desde a infância sonham em transformar o hobby em alguma atividade de trabalho
Repórter
12/08/2006
Ficar quase o dia inteiro – se deixassem, ficariam as 24 horas seguidas de um
dia – para vencer batalhas, guerras, derrotar monstros, disputar territórios,
ser o mais veloz, ganhar partidas... tudo em frente a uma tela de computador,
em casa ou em uma lan house. Os fãs dos games não são só crianças e
adolescentes. O hobby ultrapassa estas fases e há quem sonhe em encaixar
o lazer na rotina do trabalho.
Este é o caso do estudante de Turismo Gabriel Martins Reis. Aos 22 anos, ele faz faculdade em uma área que, aparentemente, não tem nada a ver com os jogos eletrônicos. “Mas de repente, eu posso aproveitar o Turismo para organizar eventos de games”, especula. Aliás, Gabriel salienta que Juiz de Fora é carente de acontecimentos que reúnam os jogadores. “Existem, mas são fechados. Teria que ser algo aberto, para muitos participarem e Juiz de Fora tem público para isso”, propõe.
De mesma opinião, André Lúcio de Oliveira, 20,
está concluindo o Ensino Médio. “Realmente, faltam campeonatos na cidade”.
Abertamente apaixonado por games, ainda não sabe qual curso vai prestar
vestibular. Mas se não considerasse seu sonho distante, saberia a resposta na
ponta da língua. “Entrar para DigiPen”. O instituo tecnológico fica em Redmond, próximo a
Seattle, nos Estados Unidos. “O processo seletivo é muito rigoroso. Até hoje
não sei de nenhum brasileiro que esteja cursando”, conta. A história de André
fez Gabriel lembrar que já teve vontade de trabalhar em lans como tester
de games. “Mas já faz tempo”, afirma.
Tudo começou...

Por incrível que pareça, Gabriel ficou longe dos jogos por um ano, sem motivo. Até que um dia, uma viagem muito monótona, em seus plenos 15 anos, trouxe de volta a mania. “Não tinha nada para fazer e fui jogar”. Atualmente, ele joga em casa, no seu computador, online com pessoas do mundo inteiro e/ou com os amigos. “Hoje, com computador é muito fácil. Dá para baixar vários jogos. Só que eles deixam alguns itens para comprar. É aí que eles ganham dinheiro, porque a pessoa quer ter o que o adversário tem. Mas eu me contento com o free mesmo”, ri.
André puxa na memória e diz que seu primeiro game foi aos 4 anos. “Eu bem pequenininho mesmo. E meu pai não queria que eu brincasse a rua para não me machucar e me deu um Atari”. Resultado, ele só queria ganhar jogos e mais jogos. “No aniversário, se eu ganhasse uma meia, eu fingia que tinha gostado. O que eu queria mesmo era ganhar um game. Já tive quase todas as plataformas que chegaram no Brasil”, diz. Assim como Gabriel, André joga em seu super computador, online e procura saber tudo sobre este universo para se manter “afiado”.
Jogos mais cotados
Agora é a vez de Gabriel e André falarem sobre alguns jogos mais conhecidos para aqueles que ainda não são craques e querem aprender um pouco sobre esse mundo. O que eles consideram como uma febre mundial são os Massive Multiplayer Online RPG ou simplesmente MMO RPG, jogados por diversas pessoas no mundo inteiro, ao mesmo tempo, e segue a linha medieval dos RPGs. “É como se fosse um orkut com vídeo game”, compara André.
Eles citam cinco jogos dentro deste estilo. O Lineage 2 (imagem ao lado)
depende de uma boa memória e placa de vídeo. “Ele beira a realidade, possui
muitos detalhes”, diz André. “Os gráficos são muito bons, os sets - são
os acessórios, como a armadura – são excelentes e deixam o personagem que cada
um monta bem característico”, acrescenta Gabriel. “É bem medieval e tem uma
trilha sonora muito boa”, finaliza André. O World of Warcraft é a
continuação do jogo de PC Warcraft, um jogo de estratégia. “Só se basearam na
história, traz a ambientação do antigo. É basicamente um confronto entre
humanos e orcs”, explica André.
O Ragnarök é um jogo baseado na mitologia japonesa e nórdica.
Possui um gráfico simples, mas é considerado bom, por seus desenhos serem
baseados no estilo de desenho anime. A grande quantidade de personagens atrai
jogadores. O Priston Tale (imagem ao lado) possui bons gráficos e não
requer uma máquina ta poderosa como o Lineage. O atrativo é a riqueza de magias
(ou spellcraft) com diversas combinações. “É um jogo mais infantil. No
começo, o jogodor tem que matar cogumelos”, conta André. O WYD (ou
With Your Destiny) é necessário formar um time (ou guild) para
conseguir o reino adversário. Quanto mais guild, mas proteção.
No estilo Shooter, jogos de tiro em primeira pessoa, eles destacam quatro jogos. O Doom 3 é famoso pelo grau de violência. Eles dizem que jogos que se baixam na Internet procuram saber a idade da pessoa porque os jogos são classificados por idade. André diz que o criador deste jogo faturou muito dinheiro, inclusive, porque foi realizado um filme a partir do game. Não é online, mas é multiplayer para ser jogado com várias pessoas de uma lan house. O gráfico é bom, com riqueza de detalhes.
Ainda no estilo Shooter, há o Quake 4 (imagem ao lado), no
mesmo estilo do Doom, mas considerada uma versão mais barata. Tem aqueles que
são fãs deste jogo e não querem saber do Doom. O contrário também acontece. É
um jogo mais escuro, com sons altos. “Tem público garantido”, diz Gabriel.
O Halo 3 é famoso por ter uma boa plataforma. Beira a realidade e é um jogo que exige agilidade, porque as ações devem ser tomadas rapidamente, e trabalho em equipe.O Duke Nukem tentaram proibir no Brasil, porque um jogador imitou uma cena de uma das versões do jogo. O personagem principal, que dá nome ao game, é estilo Arnold Schwarzenegger e faz viagem no tempo. É um jogo solo, mas com opção multiplayer em lan.
Para fechar, que tal falar sobre um esporte amado pelos brasileiros, mesmo
perdendo a Copa do Mundo. Para André e Gabriel, games de futebol, por
exemplo, são jogados mais por pessoas que não são aficionadas pelo universo dos
jogos, mas querem um passatempo divertido. O Winning Eleven tem um
público grande no Brasil e começou em 1998. Dependendo da versão, o jogador
pode avançar etapas através de um sistema de ranking separados por liga. Mais
antigo, de 1992, no FIFA é garantido jogar com os nomes oficiais dos jogadores.
No FIFA 2006, é possível fazer até mesmo contrato de compra e venda de
jogadores... bem próximo da realidade, não?