Div? virtual Terapia feita pela internet j? est? tomando conta
at? dos consult?rios de psicologia

Fernanda Leonel
Rep?rter
15/02/2007

ilustra??o
de um computador servindo de div? Comentam-se que Freud tinha dificuldades em rela??o ao contato f?sico com seus pacientes. E que, inclusive, insistia que os mesmos deitassem de costas para que n?o houvesse contato visual do tipo "cara a cara".

Verdade ou n?o, o fato ? que por esse hist?rico, ? poss?vel que um dos nomes fortes da psicologia gostasse de uma nova tend?ncia dos div?s que tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil e tamb?m em Juiz de Fora: o atendimento via internet.

A hist?ria vai por a? mesmo. Cada dia mais pacientes e pessoas que precisam de um conselho de um profissional especializado em um momento dif?cil est?o trocando o consult?rio pelo aconchego da pr?pria casa. Com a rede nas m?os, possibilidade de conversas instant?neas e at? mesmo de se "ver" o paciente ou vice-versa, atrav?s das webcams, a terapia pela internet, aos poucos, vai se tornando realidade.

No consult?rio da psic?loga L?cia Bargiona Geara (foto abaixo), a tend?ncia j? pegou e faz sucesso entre os pacientes. H? quatro meses seu laptop saiu de casa para n?o abandonar mais a mesa do consult?rio. Depois de ler uma mat?ria que falava de como as empresas t?m adotado a leitura de perfis do Orkut para selecionar fucnion?rios, a psic?loga come?ou a pensar em como poderia adaptar as facilidades da nova tecnologia para a sua ?rea.

Pensou e lembrou de alguns pacientes que j? pediam para que ela os acompanhasse via e-mail durante viagens mais longas que faziam. Foi ent?o que veio a id?ia de transformar esses atendimentos em inst?ntaneos, mesmo que virtuais e, dessa forma, lan?ar m?o de programas de conversa como o MSN.

"Se o mundo muda, as profiss?es t?m que se adaptar", resume a psic?loga, defendendo seu novo tipo de atendimento. Para L?cia, ? inevit?vel que alguns servi?os passem tamb?m a ter caracter?sticas virtuais j? que o mundo caminha nesse sentido.

"Com o atendimento via internet, pode-se potencializar o resultado das consultas que ? sempre ajudar algu?m. Ajuda-se quem est? longe, teve que viajar, esta com febre ou n?o suporta o tr?nsito de t?o problem?tico que est?", complementa.

Al?m das quest?es geogr?ficas, L?cia destaca outro ponto positivo no atendimento via MSN. Segundo a psic?loga, a velha discuss?o sobre o quanto as pessoas ficam mais ? vontade em conversas virtuais ? fato, e para a sua profiss?o, isso s? tende a ajudar. Ela destaca que em uma sess?o, quanto mais a pessoa se soltar, tiver coragem de dizer o sente e pensa, melhor para a an?lise do profissional.

"Sinto que as pessoas tem mais dificuldades em encerrar a sess?o de uma hora pelo computador. Eles t?m mais dificuldade de se despedir, como se quisessem falar mais, como se aquela uma hora de consulta tivesse passado r?pido", analisa L?cia.

Segundo a psic?loga, caso a pessoa prefira ou n?o se importa, a primeira avalia??o do paciente, conhecida como anaminese, pode ser feita com contato direto, ao vivo. Depois disso, as sess?es via web, pelo msn, j? est?o liberadas e funcionam tanto quanto as convencionais. "D? pra se fazer um bom trabalho, a pessoa n?o precisa ter medo ou d?vida nenhuma".

A experi?ncia de quem viveu
Marta* tem 26 anos e faz terapia desde os 18 anos. Diz que se sente mais confiante enquanto pode dividir com um profissional suas ang?stias e "momentos complexos". Mas sempre teve um problema: era uma garota que precisava de um psic?logo, mas que tamb?m tinha uma vida normal como qualquer outra - f?rias da escola, falta de tempo, etc.

H? menos de seis meses, ela descobriu que poderia se tratar pela internet. Os j? costumeiros e-mails entre ela e a psic?loga, viraram conversas instant?neas e pequenos chats, o que para a estudante de arquitetura, s? melhorou a vida dela: "eu tinha a certeza que poderia ter apoio de qualquer lugar que eu estivesse. At? essa certeza me dava mais seguran?a, e me trazia benef?cios psicol?gicos", resume.

Marta conta que j? se aconselhou no div? virtual, enquanto estava de f?rias no nordeste do pa?s, este ano. "Achei uma lan house e entrei mesmo. Tava agoniada, precisava de uma ajuda. Como agora sou paciente da internet, via que as facilidades estavam ali, na palma da minha m?o".

*O nome da entrevistada foi trocado para preservar sua identidade