A sa?de na rede
O sistema p?blico de sa?de corre atr?z do preju?zo e promove uma rede nacional de informa?es.

Fernanda Monteiro
14/10/03

No Brasil, j? existem diversas pesquisas e projetos sobre o uso da inform?tica na medicina, desde a digitaliza??o detalhada da anatomia humana (a partir de fotos de um cadav?r humano fatiado em l?minas fin?ssimas) ao m?dico virtual (programa que, baseado nos sintomas descritos, sugere diagn?stics e tratamentos), passando pelo setor administrativo-operacional das institui?es de sa?de.

Dia 5 de novembro de 2003, o Minist?rio P?blico e a Diretoria de Sa?de assinaram um termo de conduta para informatizar todo o sistema de vagas para leitos hospitalares em Juiz de Fora. Todos os nove hospitais conveniados ? rede p?blica devem manter o n?mero de leitos dispon?veis atualizados online. At? o momento, seis deles j? foram interligados pela rede de computadores. Segundo a assessoria de comunica??o do gerente de sa?de, Jo?o Paulo B?cara, ele aguarda o pronunciamento do prefeito Tarc?sio Delgado para comentar o termo.

A medida faz parte do processo de informatiza??o da rede municipal de sa?de iniciado com a Central de Marca??o de Consultas. Com esta central, o paciente p?de come?ar s marcar consultas e exames na Unidade B?sica de Sa?de (UBS) de seu pr?prio bairro. Ap?s a regulamenta??o dos hospitais (conforme reafirmado no Termo do dia 5 de novemvro), a informatiza??o entra em fase de acompanhamento da produtividade ambulatorial junto ? UBSs, para o controle do n?mero e do tipo de procedimentos de cada unidade.

Na outra frente de a??o, o cadastramento dos usu?rios do SUS para o Cart?o Nacional de Sa?de (CNS) j? chega a 2/3 da popula??o de Juiz de Fora. Com a implanta??o do CNS, todo o sitema de sa?de informatizado do munic?pio ser? interligado ? rede nacional.

O Cart?o Nacional de Sa?de
O Cart?o Nacional de Sa?de (CNS) ser? a identidade do usu?rio junto ao Sistema ?nico de Sa?de, com numera??o nacional. O CNS informa nome, data de nascimento sexo e munic?pio de resid?ncia.

Ao passar o cart?o magn?tico em qualquer terminal de atendimento do SUS do pa?s, que estar? ligado diretamente ? base de dados constru?da pelo Sistema Cart?o Nacional de Sa?de, ser? emitido um boleto com o hist?rico cl?nico do usu?rio. O m?dico que for atend?-lo, mesmo n?o sendo aquele que o atendeu da ?ltima vez ter? acesso ?s informa?es dos ?ltimos atendimentos, desde o diagn?stico atpe o medicamento receitado.

Os dados pessoais do usu?rio ficar?o armazenados na tarja magn?tica. As unidades de saa?de ser?o equipadas com terminasi informatizados para recolherem os dados pessoais e e procediemtnos m?dicos efetuados durante o atendimento. Estes dados ser?o repassados ? Secertaria Municipal de Sa?de e retransmitidos para a rede nacional de sa?de.

Nos munic?pios onde houver central de interna??o ou central de marca??o de consultas, como ? o caso de Juiz de Fora, poder? haver integra??o desses sistemas com o Cart?o Nacional de Sa?de.

O cart?o ? passado no terminal, com a tarja preta para baixo. Em seguida, aparecem, na tela do terminal, as diversas op?es, como dias dispon?veis para marca??o de consulta e defini??o de hora e local onde podem ser realizados os exames. Para finalizar a escolha, o usu?rio deve apertar a tecla "enter".

O objetivo principal da informatiza??o do sistema de s?ude em geral e do CNS ? facilitar o acesso do cidad?o aos servi?os de sa?de e agilizar o atendimento. O mapeamento dos procedimentos m?dicos e das doen?as mais comuns em cada regi?o vai permitir tamb?m, dentre outras coisas, avaliar as a?es de sa?de utilizadas, otimizar as condi?es de distribui??o de medicamentos pelo SUS, o aperfei?oamento da atua??o profissional e a medi??o do custo operacional de cada atividade em diversas regi?es. "O cart?o vai fornecer dados que v?o permitir o planejamento das a?es de sa?de, inclusive ajudando a dimensionar os recursos e investimentos necess?rios", avalia Nilc?ia Maria da Silva, assessora da DSSDA de Juiz de Fora.

Cadastramento do CNS
Mais de 300 mil habitantes de Juiz de Fora j? foram cadastrados no Cart?o Nacional de Sa?de (CNS). O trabalho come?ou em 200, a partir dos dados do programa Sa?de Fam?lia. Cada grupo de agentes comunit?rios fica respons?vel pela visita de 150 fam?lias por m?s. Al?m disso, postos de cadastramento foram montados em v?rios bairros da cidade e, em breve, conforme, Nilc?ia Maria da Silva, assessora da Diretoria de Sa?de, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental, ser? lan?ada uma campanha de mobiliza??o para atingir a comunidade do centro.

Para se cadastrar no CNS basta ir ao posto permanente, instalado no Pal?cio da Sa?de, de 8h ?s 18h, levando:
  • Carteira de identidade
  • Certid?o de nascimento ou de casamento
  • T?tulo de eleitor (a partir de 18 anos)
A assessora da DSSDA prev? que a partir de 2004, o cadastramento entra na fase de inclus?o (em caso de nascimento) e de exclus?o (em caso de morte ou mudan?a) de membros das fam?lias cadastradas.

O mapeamento ? municipal, com uma ficha para a resid?ncia (que cont?m dados como n?mero de moradores e condi?es de moradia) e outra ficha para cada menbro da fam?lia.

Pessoas de todas as idades devem requerer o Cart?o Nacional de Sa?de. Mesmo quem n?o ? usu?rio rotineiro do SUS dever? se cadastrar. Futuramente, em uma emerg?ncia eventual, o atendimento ser? feito mediante a apresenta??o do cart?o. Em procedimentos de alta complexidade, o cart?o j? est? sendo exigido.

Ao se inscrever, a pessoa receber? um cart?o provis?rio com o n?mero semelhante ao de sua ficha. Esta mesma numera??o cosntar? no cart?o magn?tico definitvo. Heloisa Sanguim, uma das coordenadoras da implanta??o do cart?o SUS em Juiz de Fora, calcula que os primeiros cart?es magn?ticos devam chegar a partir de mar?o de 2004.

Inform?tica Hospitalar
O remanejamento de recursos tem sido uma das principais t?nicas de softwares voltados para a administra??o hospitalar. "A id?ia ? que o hospital passe a ter aumento de ganho e n?o somente redu??o de custos, pensando sempre para frente. E a partir da avalia??o do desempenho dos setores, conseguir reduzir desperd?cios e planejar melhorias em outros setor mais carente", argumenta Marcelo Bilonia, diretor de desenvolvimento. Bilonia faz parte de uma empresa que cria solu?es de inform?tica e que, h? tr?s anos, vem tentando se firma no segmento hospitalar.

O diretor de desenvolvimento conta que, em uma apresenta??o do software para um m?dico bastante resistente ? proposta, demostrou, a partir de alguns dados da institui??o que a perda estava vindo de um processo secund?rio. No caso em quest?o, o programa apontou que o hospital gastava cerca de R$ 23 para emitir cada recibo de conta m?dica, somando uma quantia bastante significativa no final de cada m?s.

A ?nfase do trabalho ? na avalia??o de desempenho empresarial. Para issso, s?o utilizados softwares de gest?o de custo, baseado em atividades, que fornece dados para a formula??o de padr?es de conduta e de gastos por atividade; de gest?o de projetos, que faz o acompanhamento dos projetos produtivos e de investimentos; de gest?o de processo, que oferece sugest?es de altera?es do processo para aumento de ganho nas atividades, permitindo, inclusive, simula?es; e, costurando os anteres, o software de planejamento estrat?gico, baseado na metodologia Balanced Score Card (BSC), que gerencia as atividades, fazendo an?lises atrav?s da apura??o de indicadores. O usu?rio consegue visualizar o cruzamento de indicadores em gr?ficos que facilitam a avalia??o de desempenho.

O gerente de qualidade, Djalma Luiz Perobeli, utiliza outro software com a mesma metodologia BSC no hospital onde trabalha e explica que cada ger?ncia da empresa alimenta o sistema rotineiramente com os seus dados espec?ficos. O programa vai cruzando as informa?es em esp?cies de monitores de cada setor. Estas medi?es, por sua vez, v?o dar origem a um novo gerenciador e assim por diante. Assim, o administrador do hospital, poder? a qualquer momento saber como est? o desempenho de cada ?rea e localizar exatamente a oriegem de qualquer desn?vel nos indicadores. "A grande vantagem est? na velocidade de resposta. O dono n?o precisa mais esperar chegar no final do m?s para fazer o balan?o. Isso vai permite planejamento", destaca Perobeli. Depois da implanta??o do sistema, o hospital come?ou a estocar menos medicamentos, fazendo compras de 10 em 10 dias, repondo s? o necess?rio. Com a proje??o de ganho, a institui??o tamb?m antecipou a compra de camas com movimenta??o eletr?nica encosto, com pagamento para 90 dias.

Al?m da parte administrativa, o hospital conta com a informatiza??o do operacional, desde pedidido de material, comunica??o interna (intranet), controle de acidente de trabalho at? o atendimento. O paciente, ao chegar, tem sua ficha numerada registrada na rede interna de computadores. A partir deste momento, todo o procedimento m?dico, bem como o seu consumo na institui??o vai ser registrado nela. Se o m?dico receitar 30 gostas de determinada medica??o, por exemplo, ele faz o pedido no computador de sua sala e, na mesma hora, o setor de farm?cia recebe o pedido, providencia o rem?dio, que j? ? computado na conta do paciente, e encaminha para a enfermaria. Que faz a aplica??o. A comunica??o ? poss?vel em todos os setores e agiliza tanto o atendimento ao cliente, quanto na hora de fechar a conta com um ?nico comando. "A informatiza??o trouxe maior confiabilidade de dados e resultados, diminui??o do uso de papel, agilidade de informa?es e clareza na visualiza??o dos indicadores, o que reflete diretamente na melhoria da estrutura e do atendimento ao cliente", conclui o gerente de qualidade.


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