Diego Alves Diego Alves 28/5/2012

Alvinegros largam bem. Mas, terão fôlego até a reta final?

IlustraçãoBotafogo e Atlético são dois dos clubes que mais sofrem com a escassez de títulos nacionais. O Glorioso faturou seu último campeonato brasileiro em 1995, sob a batuta de Vagner, Gonçalves, Sérgio Manoel, Donizete e do artilheiro Túlio Maravilha. Já o Galo da capital foi o melhor do país nos idos de 1971, comandado por Humberto Ramos e pelo folclórico goleador, Dadá Maravilha.

Após essas conquistas, as duas apaixonadas torcidas vêm sofrendo com decepções, insucessos e retas finais traumáticas. No ano passado, o Atlético teve um ótimo começo de campeonato, também com 100% de aproveitamento nas duas primeiras rodadas. Mas, o desfecho foi lamentável. Briga contra o rebaixamento e goleada sofrida contra o seu maior rival (6 a 1) na última rodada. Vale lembrar, que uma vitória do Galo despacharia o Cruzeiro para a Série B. Foi para matar qualquer torcedor!

O Botafogo também encheu de esperanças a sua torcida em 2011. Depois de um início de competição instável, o time comandado por Caio Júnior embalou com a chegada de Renato e com a ótima fase de Elkeson e de Maicosuel e foi apontado por grande parte da imprensa como um dos favoritos ao título. Doce ilusão... Nas rodadas finais, o time mais uma vez empacou e sequer terminou próximo dos quatro primeiros colocados.

Toda essa contextualização para analisar o início de campeonato de Atlético e Botafogo. Os dois times, já eliminados da Copa do Brasil, têm nessas primeiras rodadas a boa possibilidade de acumular pontos. Visto que a maioria dos clubes apontados como favoritos estão concentrando esforços em duas competições. As tarefas, até o momento, foram cumpridas com êxito.

O Galo venceu pela primeira vez, em jogos oficiais, a Ponte Preta no Moisés Lucarelli. E nessa segunda rodada, diante de sua torcida, conseguiu bater o Corinthians. Vitória importantíssima, tendo em vista que o duelo foi contra um dos favoritos ao título. O estádio Independência pode ser um forte aliado do time. Jogar em Sete Lagoas, sem dúvidas, não é como jogar em casa para os clubes da capital.

O Botafogo, por sua vez, venceu, com autoridade, dois fortes adversários, semifinalistas da Copa do Brasil. A vitória fora de casa contra o Coritiba mostrou alguns pontos positivos. Há muito tempo não se via bons jogadores da base alvinegra no time principal. Renan (este já foi titular do gol alvinegro), o estreante Dória, zagueiro de apenas 17 anos, os volantes Jadson e Lucas Zen, e o meia Cidinho, desde o ano passado entre os profissionais, deram conta do recado, diante de tantos desfalques. Vítor Júnior, que tenta se firmar num clube grande, deu mais velocidade ao meio-campo e fez dois bons jogos.

Fato é que Atlético e Botafogo possuem bons times, ainda que necessitem de algumas contratações pontuais. Porém, isto não é o suficiente para um clube disputar um título. Talvez, o maior desafio de Cuca e de Oswaldo Oliveira seja afastar esse estigma de clube derrotado, que abateu sobre os dois alvinegros ao longo dos anos. Em alguns momentos isso já pesou bastante, como, por exemplo, nas precoces eliminações na Copa do Brasil desse ano.

Não estou aqui tentando criar estereótipos (inclusive isso é uma das coisas que mais me desagrada na imprensa esportiva) e nem definindo o destino de Galo e Glorioso nesse Brasileirão. Até porque, essa foi apenas a segunda rodada de um longo e difícil campeonato. Porém, essa reflexão vale para os dois clubes. E quanto à pergunta feita no título dessa coluna, acredito que só mesmo o tempo poderá nos responder...

Um abraço a todos e até a próxima semana!

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Diego Alves tem 25 anos e é amante do futebol. É jornalista formado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e pós-graduando em jornalismo esportivo. Hoje é comentarista do programa Na Área, da Rádio Universitária FM, também de Viçosa.

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