Dia das M?es
M?e pela primeira vez

Emilene Campos
04/05/2001

O exame confirma a gravidez... E a vida muda completamente. Um misto de alegria e ansiedade toma conta do corpo e prenuncia um dos momentos mais importantes na vida da mulher e, claro, do casal. ? a fase em que o v?nculo pode se fortalecer ou, em alguns casos, at? se quebrar, dependendo de como eles encaram a nova fase.

Os problemas de relacionamento come?am quando a mulher, encantada com sua nova condi??o, come?a a viver em fun??o do beb?. E o marido n?o acompanha o ritmo. "H? mulheres que chegam a perder o interesse sexual durante esse per?odo", revela a psic?loga Rossana Maria Fernandes. A rea??o talvez seja uma forma de proteger, resguardar o feto. Mas "a abstin?ncia s? ? aconselh?vel para gravidez de alto risco e apenas nos tr?s primeiros meses de gesta??o", esclarece a ginecologista C?lia Maria Braga. H? casos, por?m, que o receio parte do homem, diz a psic?loga. Ele fica com medo de machucar o beb?. A? come?am os atritos.

"O melhor rem?dio para evitar a crise ? a informa??o", diz a psic?loga. O homem e a mulher devem se informar ao m?ximo, procurar orienta??o do m?dico que est? fazendo pr?-natal e n?o ter vergonha de perguntar, por mais insignificante que pare?a a d?vida. "Quanto mais ela conhecer seu corpo, com mais plenitude e tranq?ilidade vai encarar a gravidez", completa.

? assim que Anal?cia Mendon?a Caniato Ferreira (foto acima), 32 anos, vem se preparando. Gr?vida h? tr?s meses, est? muito entusiasmada. "Estou super feliz. ? a melhor fase da minha vida", diz sorridente. Uma declara??o surpreendente at? para ela, que ? casada h? nove anos e n?o tinha a inten??o de ter filhos. "Eu queria ter a sensa??o de estar gr?vida, mas n?o queria ter a responsabilidade de ser m?e, de colocar uma crian?a no mundo", explicou. Agora a realidade ? outra.

Ela e o marido Leonardo est?o extasiados com a perspectiva da chegada do beb?. "Ele conversa com o nen?m, faz planos, me acompanha nas ultrassonografias. ? super paciente, quando estou nervosa", conta. Por isso, os problemas, de libido ou qualquer outro inc?modo, passam longe de sua gravidez. Ela diz que n?o sentiu nem enj?o, muito menos falta de apetite sexual.

Pai gr?vido
O marido de Anal?cia ? o que os psic?logos chamam de t?pico "pai gr?vido", ou seja, o companheiro partilha com a mesma intensidade a chegada do nen?m. Nem todos os homens reagem como Leonardo, mas isso n?o quer dizer que eles n?o ser?o pais dedicados. "Cada pessoa tem um tempo para se adaptar e se envolver. Para o homem, o filho n?o ? algo concreto, ? uma not?cia, uma barriga que cresce. ? uma emo??o dif?cil de lidar", dispara Rossana. "Se a mulher sentir falta desse envolvimento deve conversar com o companheiro abertamente e, claro, estar disposta a compreender", aconselha.

As especialistas concordam que o acompanhamento do parceiro d? mais seguran?a ? mulher e ao pr?prio beb?. D?bora Schimitz de Carvalho (foto), 19 anos, que o diga. Apesar de ainda n?o morar com o pai de seu filho (o casamento deve acontecer nos pr?ximos meses), ele acompanha todos os passos de sua noiva. "Ele quer saber se estou me alimentando direito, se estou seguindo as recomenda?es do m?dico, enfim me cerca de cuidados", diz satisfeita.

Corpo em muta??o
"As mudan?as do corpo tamb?m geram ang?stia para algumas mulheres. Elas acham que est?o ficando feias, gordas e que o companheiro pode perder o interesse por elas", explica a psic?loga. Segundo ela, essa sensa??o de inseguran?a logo dar? lugar ? preocupa??o com o bem estar do beb?. Mas a ginecologista C?lia alerta. A mulher deve se preocupar em n?o engordar demasiadamente, n?o s? por motivos est?ticos, mas para evitar dificuldades no parto. "Esque?a essa hist?ria de que voc? deve comer para dois. Voc? tem que comer bem para um", enfatiza.

Filho da m?e
"O filho continua sendo muito da m?e, em nossa sociedade", afirma a psic?loga Rossana. Grande parte da responsabilidade pela educa??o (ou falta de) ? atribu?da ? mulher. Por conta disso, as decis?es de como educar e com quem deixar a crian?a (principalmente para as mulheres que trabalham fora) s?o quest?es que atormentam a futura mam?e. Mas ela deve saber dividir esta responsabilidade com o pai. Estimul?-lo a participar. Anal?cia j? solucionou a quest?o em acordo com Leonardo. O beb? ficar? sob os cuidados de sua m?e. Mas a vov? coruja j? est? de sobreaviso. "Nada de mimar, de fazer todas as vontades da crian?a", recomendou.

? flor da pele
Crises de choro, nervos ? flor da pele. Qualquer bobagem em casa ou no trabalho ? motivo de irrita??o. "Quando est? gr?vida, a mulher retorna ao seu est?gio mais primitivo. Chora mais, dorme mais, fica mais sens?vel", explica a psic?loga Rossana. Nesse momento, ? que o parceiro deve demonstrar todo o seu afeto e apoio. ? o sinal de querem prote??o, por isso o marido deve ter muita paci?ncia, mesmo que isso n?o seja o seu forte. Se ignorar, ou fizer pouco caso, o atrito pode ser pior. Contraditoriamente, este ? o per?odo que a mulher mais amadurece. Ela assume um novo papel. Ela ser? m?e, e n?o apenas filha; protetora, e n?o apenas a protegida.

Depress?o p?s-parto
? muito comum a mulher passar por esse problema. Ela tem medo do corpo ficar deformado. Irrita-se com o choro do beb?, com o trabalho de cuidar da crian?a. Segundo a ginecologista C?lia Maria Braga, as causas da depress?o p?s parto s?o hormonais e como a mulher n?o pode tomar medicamento (para n?o passar para o leite materno), a solu??o ? a terapia.


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