A dor da perda

Conhe?a as hist?rias de quem deu a volta por cima

A aposentada Ednorah Carnot tamb?m enfrentou a perda de um companheiro de 13 anos, a cadela Black Line. O dog alem?o foi comprado para o filho, mas acabou escolhendo Ednorah como dona. "Ela me adotou. Quando eu estava chegando em casa, ela corria para a port?o para me esperar. Se eu deitava na rede, ela pulava em cima, ela vivia atr?s de mim".


Depois de anos de conv?vio, Ednorah recebeu a not?cia de que a cadela estava com uma doen?a degenerativa da coluna. Algumas semanas depois Line ficou tetrapl?gica e teve que ser sacrificada. "Foi como perder algu?m da fam?lia. Aqui em casa foi uma choradeira s?, mas n?s n?o t?nhamos outra alternativa", conta Ednorah, que at? hoje ainda se emociona quando lembra do animal.

Nesse caso, a sa?da encontrada para superar a dor foi a substitui??o, Ednorah tem outros dois cachorros. "Quero ter animais sempre. Se um morrer vou querer outro."

Para a psic?loga Ana Stuart, a sa?da ? valida no caso de animais. Mas em se tratando da separa??o de uma outra pessoa, ? muito mais dif?cil adotar o m?todo da substitui??o. "As rela?es humanas s?o muito mais complexas do que com os animais. Existe uma troca muito maior. Sem d?vida ? mais dif?cil."

Re-aprendendo a viver sozinha
A fisioterapeuta Tatiana Antunes, de 23 anos, conhece bem o sentimento da perda. Depois de um relacionamento de cinco anos, ela teve que reaprender a viver sozinha. Insatisfeita com a rela??o, a decis?o de romper partiu dela. "A princ?pio eu estava bem. Mas uns cinco dias depois, eu tinha crises de choro o dia inteiro." Tatiana conta que se sentia perdida, sem rumo. "Eu n?o sabia o que fazer nem mesmo dentro da minha pr?pria casa. N?s est?vamos sempre juntos, trabalhamos juntos, almo?amos juntos. N?o sabia mais o que fazer sem ele."

O caso de Tatiana tem uma particularidade, mesmo depois de terminado o relacionamento, a fisioterapeuta ainda encontra o ex todos os dias. Eles s?o vizinhos e dividem o mesmo consult?rio. Mas ela garante que a proximidade n?o tem atrapalhado a superar a dor. "Como ainda gosto dele, o fato de ele estar por perto me ajuda a lidar melhor com a situa??o. N?s conversamos muito e isso nos faz ver onde est?vamos errando."

Para a psic?loga Ana Stuart , "se existe um di?logo, essa proximidade pode ajudar no processo de aceita??o. ? como superar a dor em doses homeop?ticas." Atrav?s de conversas e de uma avalia??o do relacionamento, ? poss?vel entender melhor o que aconteceu e, aos poucos, aceitar a perda dando novo rumo ? sua vida. Mas Ana lembra, se n?o existe um di?logo, a melhor alternativa ? se afastar de vez. "?s vezes, esse contato p?s separa??o acaba criando falsas esperan?as para uma das pessoas, o que dificulta o processo de aceita??o da perda."



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