Ter filhos, uma decis?o nada f?cil Compartilhar a decis?o ter filhos nem sempre ? comum entre os casais.
O que fazer nessa hora t?o importante e decisiva?

Renata Solano
*Colabora??o
26/09/2007

A pergunta mais freq?ente para um casal rec?m-casado ? sempre a mesma: "quando vir?o os filhos?", mas esse nem sempre ? um planejamento de um ou de ambos.

E casar-se n?o implica, necessariamente, ter filhos. Uma mensagem muito forte ? que para t?-los ? preciso que haja harmonia entre o casal e que seja uma vontade dos dois.

Os filhos n?o v?m como salva??o de um relacionamento, pelo contr?rio, eles podem at? contribuir para o desgaste da rela??o, por causa do or?amento apertado, vida corrida, carreira que exige muita dedica??o, dentre outros fatores.

Com tantos questionamentos sobre a decis?o de ter filhos ? imposs?vel n?o levar em conta: ser? mesmo que os filhos s?o indispens?veis a um casamento feliz?

Conforme o livro da psicanalista francesa Corinne Maier, Quarenta raz?es para n?o ter filhos, a resposta ? n?o. Para a autora, eles custam caro, poluem e aprisionam.

Muito mais do que uma condi??o biol?gica da mulher, a no??o de maternidade tem mudado de acordo com a evolu??o da sociedade e dos aspectos culturais.

Para as mulheres sempre foi muito convencionado o fato de ser m?e. Desde crian?as recebem bonecas e m?veis para brincar da "mam?e e filhinha". O sentimento materno nasce junto com a f?mea que, hoje, tem se posicionado de forma mais sensata e racional.

Responsabilidade dos dois
foto de Jo?o Paulo, Priscilla e Julieta Analisando de forma mais ampla, ? preciso reconhecer que a maternidade n?o ? mais uma quest?o unicamente da mulher, o fato de ter filhos envolve muito mais do que isso. Envolve o grupo nos quais a mulher estabelece suas rela?es sociais.

Por isso, para decidir ter filhos ? necess?rio que haja um planejamento, pois com a inser??o da mulher no mercado de trabalho, o foco mudou. Ela tamb?m se preocupa agora com a estabilidade profissional e financeira.

E, segundo o publicit?rio Jo?o Paulo de Oliveira (foto ao lado), "? preciso tomar essa decis?o de forma cuidadosa para n?o ser precipitado, porque quando se tem filho, voc? deixa de ser um indiv?duo com vontades pr?prias e assume o papel de respoons?vel por decis?es relacionadas ? crian?a. As noites sem dormir, as fraldas sujas, as mamadeiras e o leite especial por causa de refluxo. Isso tudo faz parte do universo de uma m?e e de um pai. Por isso ? preciso escolher, mas escolher em conjunto para tamb?m haver a divis?o de tarefas".

Mulher ? que decidem

Com rela??o ? decis?o de ter filhos, os homens demonstraram ter uma rela??o de depend?ncia com a decis?o de a mulher querer ter filhos ou n?o.

Jo?o Paulo conta que quando come?ou a se relacionar, sua mulher j? tinha a id?ia e vontade de ter filho. "Para isso foi preciso manter uma rela??o segura e madura e considerar a pauta que sempre nos acompanhou: ter filho".

Para a psic?loga Ana Stuart, "as mulheres podem decidir ter filhos apesar da vontade dos homens de t?-los, enquanto que a rec?proca n?o ? verdadeira. Mesmo que o homem n?o queira, o sentimento materno da m?e ? mais forte, mas ? preciso tomar cuidado com isso, para n?o gerar culpa e conflito, ainda que o pai ame seu filho".

A prepara??o

"Precisei me formar na faculdade e a Priscilla terminar o doutorado, al?m do mais quando decidimos que ter?amos a Julieta, paramos de fumar por conta das conseq??ncias do tabaco para a forma??o do feto", conta Jo?o Paulo.

Assim vemos que a decis?o de ter filho ? maior do que simplismente querer. Al?m do mais, a atitude de Priscilla e Jo?o mostra que, quando a decis?o ? tomada em conjunto, a prepara??o para receber uma crian?a e cri?-la ? mais saud?vel e respeitosa.

*Renata Solano ? estudante de Comunica??o Social da UFJF