Coletivos manifestam contra a cultura do estupro
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5/07/2016
Coletivos feministas estão reunidas nesta terça-feira, 5 de julho, em manifesto pelo fim da cultura do estupro em Juiz de Fora. O ato começou às 17h30 no Parque Halfeld e deve descer o Calçadão da Halfeld, seguindo em marcha até a praça Antônio Carlos, por volta das 19h. As ativistas pretendem denunciar e lembrar durante o movimento, casos recentes como o estupro coletivo de uma adolescente de 13 anos registrado no dia 27 de junho, no bairro Olavo Costa, além de registros de abusos sexuais e morais na UFJF. Outro caso de estupro mais recente no município foi registrado neste domingo, 3, no bairro Manoel Honório.
Com organização dos coletivos Maria Maria, Artemísia, Feminista Classista Ana Montenegro, Candaces - Organização de Mulheres Negras e Conhecimento, PretAção, Terra Roxa e Movimento Mulheres em Luta (MML), a ação 'NÃO vamos nos calar: pelo FIM da cultura do estupro!' fala sobre a naturalização deste crime, “que é presente em nossa sociedade. As mulheres vítimas são sempre culpabilizadas pelo crime que sofreram. São acusadas de estarem de roupas curtas, de andarem a noite sozinhas, de estarem bêbadas e muitos outros absurdos que são usados para que o real problema não seja criminalizado e combatido”, revela texto publico no evento do Facebook.
A militante do Coletivo Maria Maria, Laiz Perrut, lembra que este é o segundo ato contra cultura do estupro, sendo que o primeiro aconteceu no início de junho, motivado pelo estupro coletivo do Rio de Janeiro. "Em Juiz de Fora cada dia acontece um caso diferente, cada dia uma mulher denuncia uma violência, um estupro. Os coletivos sentiram a necessidade de se reunir para mais um ato hoje. Queremos mostrar para a sociedade que isso acontece sempre e todos precisam estar unidos contra esta cultura. Queremos, também, mostrar ao poder público que isto acontece devido a falta de políticas públicas, de investimento e cuidado."
Outros temas relacionados à políticas públicas para o amparo das vítimas também serão discutidos durante a manifestação, como o não funcionamento 24 horas da Casa da Mulher, dificuldades em fazer o Boletim de Ocorrência (BO) e a desativação da Casa Abrigo, ferramenta para as mulheres vítimas de violência. Elas alertam também que as vítimas procurem sempre, em primeiro lugar, o Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico, Ocupacional e Sexual (PARBOS), localizado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) e que as denúncias podem ser feitas pelo 180.
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