Jussara Haddad Jussara Hadadd 10/05/2007

Quanto mais, melhor

Ser? que vamos falar de Compuls?o Sexual?

As pessoas que sentem uma necessidade sexual maior podem estar inclu?das neste termo, mas nem sempre... N?o existe um consenso sobre a possibilidade da alta freq??ncia de comportamento sexual ser considerada patol?gica. Seria patol?gica, a meu ver, a sexualidade capaz de produzir sofrimento na pessoa ou nas pessoas de seu conv?vio.

Ilustra??o de um casal E o que dizer, ent?o, das pessoas liberad?ssimas que entregam seus corpos aos seus parceiros sem querer saber se ? hora ou por qu?? O que dizer de mulheres que atendem aos seus desejos sempre que tem por perto a pessoa com quem se realiza? O que dizer das pessoas que sentem tes?o e mesmo sozinhas ou em lugares considerados impr?prios, mas em sigilo, d? o seu jeitinho. Como definir se algu?m ? ou n?o uma pessoa normal e saud?vel dentro dos limites da sexualidade?

N?o existe par?metro que nos aponte, se nossas a?es no ?mbito sexual est?o certas ou erradas. Definitivamente n?o existe. Existem doen?as, patologias classificadas pela psiquiatria e pela psicologia, nas quais se enquadram outros tipos de comportamento compulsivos tamb?m e existem conceitos plantados na maioria das vezes por pessoas que nem se entregam aos seus impulsos sexuais.

Conceitos que desmoralizam atitudes e gestos sensuais bem simples, de pessoas livres e liberadas, de pessoas capazes de atender aos anseios dos seus corpos sem agredir nem ofender ningu?m. Conceitos que julgam e condenam sem propriedade alguma, porque sexo ? propriedade de cada um ou de quem mais estiver envolvido com ele.

Quem ainda n?o fingiu estar passando mal s? pra ficar quietinho dentro do quarto se dando prazer.

Quem ainda n?o falou uma mentirinha s? para dar uma fugidinha com algu?m com quem gosta de estar e satisfazer os seus desejos.

Quem ainda n?o deu uma escapadinha ao banheiro do escrit?rio, ou de qualquer outro lugar, para se fazer um carinho.

Quem ainda n?o pegou a sua mulher no meio de uma festa na casa de amigos e fez amor com ela secreta e perigosamente num cantinho do jardim.

Quem ainda n?o assistiu a um v?deo pornogr?fico ou ainda n?o folheou uma revista er?tica, se identificando dentro daquelas fantasias?

Quem ainda n?o fez nada por si neste sentido, na casa da tia, da sogra, da namorada...

S? quem nunca sentiu por estar ou ser impossibilitado, ou suprimiu, ou sublimou as vibra?es maravilhosas da energia sexual em seu corpo.

Que mal h? em admitir em ser uma pessoa que quer fazer sexo sempre que puder? Que mal h? em fazer isto fortuitamente, de vez em quando e com cuidado para n?o se machucar? Em eleger pessoas legais para dividir experi?ncias sexuais? Que mal h? em um casal fazer isto todos os dias, ? noite, de manh? antes do trabalho, na hora em que era para almo?arem juntos?

O que dizer dessas pessoas?S?o compulsivas, ninfoman?acas, taradas, imorais?

Normalmente, as atitudes que temos relativas ? nossa sexualidade s?o condenadas por n?s mesmos. Quem viu? Quem ficou sabendo, se voc? n?o contou? Ent?o porque isto fez de voc? um imoral?

Pesquisando, encontrei umas coloca?es interessantes e bem esclarecedoras sobre o que viria verdadeiramente ser Compuls?o Sexual ou Sexo Anormal ou sexo Imoral, como preferirem.

O termo hipererosia j? nos leva ? id?ia de que pode ser um comportamento desejado e positivo, apenas um excesso de erotismo de uma determinada pessoa. As pessoas que sentem uma necessidade sexual maior podem estar inclu?das nesta denomina??o, mas nem sempre... O que pressup?e e que permite chamar de comportamento sexual compulsivo depende de caracter?sticas de personalidade espec?ficas.

S?o pessoas que t?m pensamentos ou atos compulsivos recorrentes; t?m pensamentos obsessivos - id?ias, imagens ou impulsos que entram na mente do indiv?duo repetidamente de uma forma estereotipada, s?o angustiantes (violentos, repugnantes ou obscenos), sem sentido e a pessoa n?o consegue resistir a eles. S?o reconhecidos como pr?prios e pessoais. Tem atos ou rituais - comportamentos estereotipados, que se repetem muitas vezes, n?o s?o agrad?veis e s?o vistos como preventivos de algo improv?vel e estas manifesta?es ocorrem em conjunto com ansiedade e depress?o.

Estas caracter?sticas podem variar e dependem de quanto ? pessoa est? envolvida com seus pensamentos autom?ticos enquanto seus processos de pensamento est?o desenvolvidos, destruindo e prejudicando os relacionamentos cotidianos.

Fonte: Sa?de na Internet

A compuls?o sexual, para alguns especialistas, ? um transtorno obsessivo compulsivo; para outros ? depend?ncia, como a de drogas e jogo. Na tentativa de tra?ar um perfil mais adequado dos pacientes com compuls?o sexual, o respons?vel pelo Ambulat?rio de Tratamento do Sexo Patol?gico da Unifesp fez uma pesquisa com 24 pessoas atendidas no servi?o.

Apesar de uma amostra pequena, os dados s?o relevantes, j? que estudos nesse campo n?o s?o freq?entes. O estudo aponta alto grau de instru??o entre os pacientes, predomin?ncia masculina e resist?ncia ao tratamento. 41% dos analisados t?m parceiro fixo - e a m?dia de parceiros sexuais de cada um ? de 161 pessoas. Os analisados apontaram como ?reas mais prejudicadas a profissional (60%), a pessoal (45%) e a familiar (16%).

Jornal do CREMESP - n? 187


Sendo assim, a coloca??o do termo "Compuls?o Sexual" merece an?lise s?ria e profissional antes de se rotular ou enquadrar algu?m a quem se conhe?a a intimidade nesta classifica??o.

Pessoas saud?veis e felizes costumam gostar muito mesmo de fazer sexo e isto as faz cada vez mais saud?veis e felizes como que num c?rculo virtuoso, porque n?o?


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Jussara Hadadd ? terapeuta hol?stica,
especializada em sexualidade
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