Artigo
Mademoiselle na alma
:::28/05/2006

Para quem se interessa pelo mundo instigante da moda, dos cheiros e dos estilos, ? imposs?vel n?o conhecer Coco Chanel. As bonitas que talvez n?o saibam de quem se trata certamente t?m algum milagre da mocinha francesa no guarda-roupas. Foi ela a inventora do pretinho b?sico - o maior curinga para dias de festa, os perfumes com "cheiro de mulher", como n? 5 - eternizado pela diva Marlyn Monroe, as bijouterias com cara de j?ias finas - para quem n?o pode ou n?o quer brilhar com diamantes verdadeiros. Gra?as a Chanel, descartamos mais cedo o espartilho, trocamos a ditadura da bolsinha "lady" pelo modelito pr?tico tira-colo, incrementamos nosso look com pe?as do figurino masculino e nunca mais aceitamos que cabelo curtinho era coisa s? pra homem.

Calma, voc? n?o linkou na coluna da N?vea Heluey. ? que, at? o belo dia em que Gabrielle decidiu ser definitivamente Coco e inaugurou sua primeira loja, em 1910, o que se via nas ruas de Paris eram mulheres de vestidos desconfort?veis, roupas cheias de frufrus e chap?us enormes e enfeitados. Ela foi um divisor hist?rico na moda e na sociedade! Com ousadia, eleg?ncia e vis?o de modernidade, a bonita se tornou uma das maiores lendas de todos os tempos. Junto a isso - voial?! - nascia o estilo Chanel de ser.

Sim, a moda de Chanel se confunde com sua personalidade. Cheia de energia e paix?o pela vida, o lhe rendeu um papel fundamental na hist?ria de nossa emancipa??o, Coco pode ser considerada uma das maiores for?as do movimento feminista do come?o do s?culo passado. De origem humilde, sobreviveu a duas guerras mundiais e v?rias batalhas na sua vida. Passou a inf?ncia em um orfanato, nunca se casou nem teve filhos, viciou-se em morfina, sofreu com a solid?o e com altos e baixos da sua mason. O que aconteceu realmente foi para o t?mulo com ela. Como n?o poderia deixar de ser - em grande estilo. Dizem que, pouco antes de falecer, a estilista disse ? camareira: "'V?? ? assim que se morre. Sozinha, mas sempre chique".

Nosso mito era uma mulher como n?s. E mitos, assim como eu e voc?, tamb?m s?o humilhados, rejeitados, desprezados, sentem inveja, raiva e acumulam na hist?ria da vida momentos de fraqueza, desamores e arrependimentos.

A coluna deste m?s ? um convite ? inspira??o naquela que fez do seu nome n?o s? sin?nimo de corte de cabelo e sapato, mas de coragem, determina??o e ousadia. Mademoiselle Chanel soube imprimir sua hist?ria na vida real at? hoje permanece no imagin?rio das pessoas atrav?s de seu talento e de sua genialidade. Intui??o, coragem, iniciativa. Uma formulazinha que a gente est? careca de saber que tem, mesmo que omitida l? no fundo da nossa alma, mas que vale a pena ser vascolejada nos momentos em que sentimos que o barco vai naufragar. Segundo nossa musa, para bem lembrar, as mulheres se dividem em dois grupos: as deusas e as capachas. Use seu poder, darling!



Filosofia pr?t-?-porter
Ningu?m est? falando aqui para seguir a risca a filosofia de vida de mulheres-mito. Em se tratando de Chanel, por exemplo, a acidez, muitas vezes, tamb?m tomava conta: era politicamente incorreta, tinha uma arrog?ncia inacredit?vel e s? se interessava por homens ricos. Mas vale a pena conhecer a hist?ria de mulheres como Pagu, Camille Claudel, Chiquinha Gonzaga, Anne Frank e tantas outras trajet?rias de mulheres que n?o se contentaram em apenas viver. Elas nasceram para transformar.




Vaidade com bom gosto
Luxo ? uma del?cia para quem sabe realmente o que ?. Voc? pode comprar uma pecinha tudo de bom e que talvez seja sup?rflua e at? in?til. N?o h? problema em ser vaidosa e desejar a sofistica??o. Mas esta ? uma quest?o de gosto. O verdadeiro luxo, o chique, ? sin?nimo de refinamento, n?o ? ostenta??o. Para as belas, bem Chanel: "O luxo n?o ? o oposto da pobreza. ? o contr?rio da vulgaridade".


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Andr?ia Barros ? jornalista
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