SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autoridades de Kiev, capital da Ucrânia, proibiram comícios, desfiles ou qualquer manifestação pública em comemoração ao dia da independência do país por medo de uma possível intensificação dos ataques russos.
Na quarta-feira (24), o país completa 31 anos desde o fim do domínio soviético, em 1991, data que também marcará o aniversário de seis meses desde o início da guerra com a Rússia. Antecipando possíveis bombardeios, o governo de Kiev cancelou todos os grandes eventos públicos entre segunda (22) e quinta-feira (25).
Segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, Moscou pode tentar "algo particularmente feio" nos próximos dias. "Todos os parceiros da Ucrânia foram informados sobre o que o Estado terrorista pode preparar para esta semana", disse em discurso na noite deste domingo (21).
Mikhailo Podoliak, um assessor da Presidência, disse que a Rússia costuma vincular suas ações a certas datas, o que chamou de uma espécie de obsessão. "Eles nos odeiam e vão tentar aumentar o número de bombardeios de nossas cidades, incluindo Kiev, com mísseis de cruzeiro", disse, segundo a agência Interfax-Ucrânia.
Zelenski também prevê que Moscou possa iniciar julgamentos de soldados ucranianos capturados durante a tomada do porto de Mariupol como provocação ao dia da independência. "Se este julgamento desprezível acontecer, se nosso povo for levado a estes cenários em violação a todos os acordos, todas as regras internacionais, haverá abusos", disse. "Esta será a linha a partir da qual não haverá negociação possível", acrescentou.
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