SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Assim que a rainha Elizabeth 2ª morreu nesta quinta (8), o trono britânico passou imediatamente para seu filho e herdeiro, Charles, até então o príncipe de Wales.

Ele escolheu se chamar rei Charles 3º, optando pelo primeiro de seus quatro nomes --Charles Philip Arthur George. Sua mulher, Camilla, passa a ser rainha consorte, um novo título usado para a cônjuge do monarca.

A oficialização de Charles deve acontecer nesta sexta-feira (8), no Palácio St. James, em Londres, a residência oficial da realeza.

Charles será proclamado rei por um conselho formado por deputados, o prefeito de Londres, funcionários públicos, altos comissários dos países do Commonwealth, a primeira-ministra e uma série de lideranças religiosas.

Ao todo, os 670 integrantes do chamado Conselho de Adesão foram convidados, mas o fato de ser em cima da hora significa que nem todos devem estar presentes. Quando Elizabeth foi proclamada rainha, em 1952, havia somente 192 membros. Pela tradição, o novo rei não participa.

O presidente do conselho anuncia a morte da rainha e o secretário lê em voz alta o texto da Proclamação de Adesão. A redação pode mudar, mas tradicionalmente é uma série de orações e promessas, elogiando o monarca anterior e prometendo apoio ao novo. Em seguida, membros da família real e outras autoridades assinam a proclamação.

Em seguida, o presidente do conselho pede silêncio e os outros membros se encarregam do restante, como a divulgação da proclamação e instruções para o disparo de armas de artilharia no Hyde Park de Londres e também na Torre de Londres.

O Conselho de Adesão deve se reunir novamente no sábado (10), desta vez com a presença do rei. Charles fará uma declaração na ocasião e, de acordo com uma tradição do início do século 18, fará também um juramento para preservar a Igreja da Escócia.

Depois de uma fanfarra de trompetistas, uma proclamação pública será feita declarando Charles como o novo rei. Isso acontece em uma sacada do Palácio St. James, por um oficial cujo salário anual é de 49 libras, valor estabelecido em 1830.

O oficial vai dizer "Deus salve o rei" e, pela primeira vez desde 1952, quando o hino nacional for tocado, as palavras serão essas, e não "Deus salve a rainha", como era até a morte de Elizabeth.

O momento mais esperado para o novo monarca é sua coroação, mas isto ainda deve levar meses, por causa da preparação necessária. Elizabeth 2ª foi coroada somente um ano e meio depois de ser proclamada rainha, em 1952.

Charles será o 40º monarca a ser coroado na Abadia de Westminster, seguindo uma tradição de 900 anos. A cerimônia é religiosa anglicana, realizada pelo Arcebispo de Canterbury, Justin Welby.

É ele quem vai colocar a coroa de Santo Eduardo na cabeça de Charçes --uma peça de ouro maciço, datada de 1661, que pesa mais de 2 quilos. Charles também vai receber um cetro.

Haverá música, leituras e o ritual de unção do novo monarca, com óleos de laranja, rosas, canela, almíscar e âmbar. Então Charles lerá o juramento de coroação.

A coroação é um evento de Estado --o governo paga por isso e escolhe a lista de convidados.

Charles tornou-se nesta quinta chefe da Commonwealth, uma associação de 56 países independentes com cerca de 2,4 bilhões de pessoas.

Para 14 desses países, além do Reino Unido, o rei é o chefe de Estado. São eles Austrália, Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Papua Nova Guiné, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Nova Zelândia, Salomão Ilhas, Tuvalu.


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