SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No mesmo dia em que um dos maiores símbolos da ocupação da Rússia na Ucrânia foi parcialmente destruído, o Exército russo anunciou neste sábado (8) a nomeação de um novo comandante para a guerra. A decisão foi tomada em meio a uma série de derrotas das forças russas nos campos de batalha e à crescente pressão sobre o presidente do país, Vladimir Putin.
O general Serguei Surovikin, 55, foi nomeado comandante para o que Moscou ainda chama de "operação militar especial". Segundo relatório de julho do ministério da Defesa russo, ele liderava agrupamento das forças ao Sul do país invadido.
Surovikin é veterano da guerra civil no Tadjiquistão nos anos 1990, da segunda guerra da Tchetchênia, nos anos 2000, e da intervenção russa na Síria, lançada em 2015. É a terceira nomeação militar de alto escalão feita pelo Kremlin em apenas uma semana.
O nome de seu antecessor nunca foi revelado oficialmente, mas de acordo com a mídia russa, era o general Alexander Dnornikov, outro veterano da segunda guerra tchechena e comandante das forças russas na Síria de 2015 a 2016. Segundo a inteligência militar britânica, ele havia sido nomeado em uma tentativa de "centralizar comando e controle".
A substituição indica que a missão não teve êxito. Neste sábado, em meio à contraofensiva ucraniana, uma forte explosão destruiu parte da única ponte que conecta o território russo à península da Crimeia, anexada pelo Kremlin em 2014. A estrutura é considerada rota crucial de abastecimento para as tropas de Putin no país invadido.
A mudança no comando foi feita depois da demissão de líderes de duas das cinco regiões militares da Rússia. Nas últimas semanas, as tropas sofreram uma série de reveses no nordeste e sul da Ucrânia.
Forças de Moscou foram expulsas no início de setembro da maior parte da região de Kharkiv --no âmbito de uma contraofensiva ucraniana que permitiu que Kiev recuperasse milhares de quilômetros quadrados de território.
As tropas russas também perderam 500 quilômetros quadrados na região de Kherson, no sul da Ucrânia, e escaparam de um cerco em Liman, um importante centro logístico atualmente controlado pelos ucranianos.
A série de derrotas levou o líder tchecheno Ramzan Kadyrov a criticar, sobretudo, o comando militar russo. Um alto funcionário parlamentar, Andrei Kartapolov, a exortar publicamente o Exército a "parar de mentir" sobre suas derrotas.
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