SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autor de uma chacina que deixou 17 pessoas mortas, Nikolas Cruz foi condenado à prisão perpétua por um júri nesta quinta-feira (13). Ele matou 14 estudantes e três funcionários da escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, uma pequena cidade ao norte de Miami, em fevereiro de 2018.
O principal promotor do caso, Michael Satz, pediu a pena de morte para o réu de 24 anos, insistindo que o tiroteio foi "um massacre sistemático" planejado com meses de antecedência, mas o júri descartou a possibilidade. A solicitação de pena de morte precisa ser unânime e pelo menos um ou mais dos 12 jurados -sete homens e cinco mulheres- considerou que havia circunstâncias atenuantes que não justificavam tal punição.
Durante seu argumento, Satz voltou a descrever, com detalhes, os passos de Cruz naquele Dia de São Valentim (correspondente ao dia dos namorados, que no Brasil acontece em 12 de junho). O assassino, então com 19 anos, chegou de Uber à escola da qual havia sido expulso um ano antes por motivos disciplinares. Em apenas nove minutos, matou 17 pessoas e feriu outras 17, usando um fuzil semiautomático que carregava escondido em uma mochila.
Cruz se declarou culpado pelos assassinatos no ano passado. Durante o julgamento, ele pediu desculpas pelos crimes e que pegasse prisão perpétua sem liberdade condicional para dedicar a sua vida a ajudar os outros.
Durante a leitura do veredito nesta quinta, em um tribunal em Fort Lauderdale, Cruz olhou fixamente para a mesa da defesa enquanto vários parentes das vítimas no setor público balançavam a cabeça, desapontados com a sentença.
Melisa McNeill, advogada de Cruz, pediu compaixão ao júri. Ela descreveu o réu como um jovem problemático nascido com transtorno de uma mãe que lutou contra a falta de moradia, o alcoolismo e o vício em drogas, antes de colocá-lo para adoção. Ela disse que o promotor tentava desumanizar Cruz, a quem descreveu como "um jovem frágil, com danos cerebrais e mentalmente doente".
Apesar de seu histórico psiquiátrico, Cruz conseguiu comprar legalmente o fuzil usado no massacre, o que reacendeu o debate sobre o controle de armas de fogo nos Estados Unidos.
Alguns dos adolescentes que sobreviveram ao ataque de Parkland formaram a "March for Our Lives", uma organização que pede legislação pelo controle de armas, como a proibição de rifles de assalto.
Em junho, o presidente Joe Biden assinou a primeira grande reforma da lei federal sobre o controle de armas de fogo, mas não foi incluída a proibição de semiautomáticas.
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