SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente dos EUA Donald Trump abriu um processo, nesta segunda-feira (3), contra a emissora de televisão americana CNN por difamação. O republicano pede uma indenização de US$ 475 milhões (R$ 2,45 bi) por notícias que, segundo ele, seriam falsas e tendenciosas.
No processo, de 29 páginas, os advogados de Trump acusam a CNN de tentar prejudicar uma eventual candidatura do republicano à Presidência em 2024 e de desestabilizar o futuro pleito em favor da esquerda. Eles argumentam que o veículo de imprensa se refere ao ex-presidente "com uma série de rótulos escandalosos, falsos e difamatórios, como 'racista', 'lacaio da Rússia', 'insurrecto' e, em último caso, 'Hitler'".
A ação lista casos em que a CNN teria comparado Trump ao ditador nazista, incluindo uma reportagem de janeiro deste ano que trazia imagens dos dois políticos. O processo será analisado por um tribunal federal em Fort Lauderdale, na Flórida.
"Além de simplesmente destacar qualquer informação negativa sobre o autor e ignorar todas aquelas positivas sobre ele, a CNN procurou usar sua enorme influência -supostamente como uma fonte de notícias confiável- para difamar o autor na mente de seus espectadores e leitores com o propósito de derrotá-lo politicamente", acrescentou a acusação.
A CNN se recusou a comentar o caso.
Essa não é a primeira vez que Trump processa veículos de mídia por difamação. Em março do ano passado, por exemplo, a Justiça americana rejeitou uma ação movida pelo ex-presidente contra o jornal The New York Times -a contestação remetia a um artigo de opinião que associava Trump a autoridades russas.
Paralelamente, no mês passado, um juiz federal da Flórida rejeitou um processo do republicano contra a democrata Hillary Clinton, ex-secretária de Estado e adversária do político nas eleições de 2016. Eles contestavam suposições feitas por democratas de que a campanha do ex-presidente estaria vinculada ao Kremlin.
Na decisão, o juiz Donald Middlebrooks considerou que faltavam substância e apoio legal à ação e acusou Trump de "tentar exibir um manifesto político de 200 páginas descrevendo suas queixas contra aqueles que se opõem a ele".
Por outro lado, Trump é acusado em ao menos outros seis processos, incluindo uma investigação criminal do Departamento de Justiça dos EUA por reter registros do governo em seu resort na Flórida, depois de deixar o cargo em janeiro do ano passado. Paralelamente, um comitê do Congresso americano investiga a participação do republicano na invasão do Capitólio.
No mês passado, o ex-presidente também foi acusado pela procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, de distorcer valor de suas propriedades para obter benefícios financeiros. James também é alvo de um processo do ex-presidente, que a acusa de liderar as investigações com pretensões políticas.
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