SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma explosão em uma área movimentada de Istambul, cidade da Turquia, deixou ao menos seis pessoas mortas e outras 53 feridas na tarde deste domingo (13).
A causa do incidente ainda não foi esclarecida. Quatro das vítimas teriam morrido no local e as outras duas, no hospital. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que em breve embarca para a Indonésia, onde ocorre a cúpula do G20, disse ver indícios de terrorismo no caso.
"Os autores serão desmascarados", afirmou. "Nosso povo pode estar seguro de que eles serão castigados." Segundo Erdogan, que chamou a explosão de atentado vil, as informações iniciais dão a entender que se trata de um ataque terrorista e que uma mulher estaria envolvida.
"Seria errado já dizer que este é, sem dúvidas, um ataque terrorista, mas as investigações iniciais nos mostram que cheira a terrorismo. Os esforços para dominar a Turquia não atingirão seu objetivo."
Depois, em uma rede social, o presidente afirmou que o Estado investiga as motivações para o que chamou de "traiçoeiro ataque". "Os autores serão expostos e punidos como merecem", escreveu.
No Twitter, o governador de Istambul, Ali Yerlikaya, disse que a explosão ocorreu por volta das 16h20 no horário local (10h20 em Brasília) na rua Istiklal, no distrito de Beyoglu. Equipes de emergência, entre elas membros da Afad, o grupo de gestão de desastres e emergências ligado ao Ministério do Interior, foram enviadas ao local.
"Desejamos a misericórdia de Deus para aqueles que perderam suas vidas e uma rápida recuperação para os feridos", escreveu ele.
Segundo informações da agência Reuters, o órgão regulador de mídia turco, o Conselho Supremo de Rádio e Televisão, impôs uma proibição para transmissões sobre o incidente cerca de uma hora após a explosão, o que pode retardar o acesso a informações sobre o caso.
O órgão justificou a medida afirmando que, em casos nos quais a segurança nacional está em jogo ou a ordem pública foi abalada, é permitido proibir transmissões.
Muito frequentada por moradores locais e turistas, a rua Istiklal, com 2 quilômetros de extensão, fica próxima à praça Taksim, que abriga arcadas neoclássicas com uma variedade de lojas, restaurantes, confeitarias e pubs. Ali também se concentram muitos dos protestos contra o governo.
A via também abriga a maior igreja católica romana em Istambul, a St. Antoine. O edifício original foi construído em 1725 e seu sucessor, o projeto atual, entre 1906-1912, no estilo neogótico veneziano. A igreja é administrada por padres italianos.
À Reuters um funcionário de um restaurante localizado perto da explosão descreveu como se sentiu no momento. "Fiquei petrificado. As pessoas congelaram olhando umas para as outras e, depois, começaram a fugir."
Em 2016, quatro turistas morreram e cerca de 36 pessoas ficaram feridas após um atentado suicida na mesma rua. Aquele ano foi marcado pela alta de ataques do tipo ao país do Oriente Médio perpetrados por grupos radicais cursos e militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) ?ao menos 286 pessoas morreram.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, foi um dos primeiros líderes internacionais a se manifestar sobre a explosão deste domingo. Ele disse ter recebido a notícia com profunda dor. "A dor do amigável povo turco é a nossa dor."
O presidente turco, Erdogan, tem tido destaque na diplomacia em torno da Guerra da Ucrânia. Próximo a Zelenski mas também a Vladimir Putin, seu homólogo russo, ele foi figura central, por exemplo, para consolidar o acordo que destravou a exportação de grãos e fertilizantes pelo mar Negro, em julho.
Representantes do Egito, da Grécia, do Azerbaijão e do Paquistão também expressaram solidariedade. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, enviou condolências pelo Twitter.
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