WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O Partido Democrata garantiu uma estreita maioria no Senado dos Estados Unidos e vai manter o controle da Casa pelos próximos dois anos, em uma grande vitória da legenda do presidente Joe Biden ?que com isso manterá algum grau de governabilidade mesmo se perder a maioria na Câmara, cuja composição ainda não está definida.

A maioria foi confirmada neste sábado (12) com a reeleição da senadora Catherine Cortez Masto em Nevada. Ela derrotou o advogado trumpista Adam Laxalt.

Agora, o partido terá ao menos 50 senadores, o mesmo número que tem hoje e que corresponde a metade das cadeiras. A maioria é obtida com o voto de desempate que, segundo as regras americanas, é prerrogativa da vice-presidente do país, Kamala Harris.

Os democratas podem conquistar ainda mais uma cadeira na Casa, caso Raphael Warnock, atual senador pela Geórgia, for reeleito em dezembro. O estado promove um segundo turno se os candidatos não alcançarem 50% dos votos, o que ocorreu na disputa desta semana; a decisão ficará para 6 de dezembro.

Com a manutenção desse assento, os democratas chegariam a 51, situação um pouco melhor do que a que têm hoje; com as 50 atuais, exatamente o mínimo necessário, qualquer dissidência da base pode travar projetos, o que se deu uma série de vezes com Biden ?a chamada Lei de Redução da Inflação, por exemplo, em diferentes versões, ficou travada por meses por discordâncias do democrata Joe Manchin.

A eleição de Cortez Masto confirma o desempenho melhor do Partido Democrata do que as pesquisas previam. Falava-se em uma "onda vermelha" que elegeria de forma acachapante parlamentares republicanos, em meio ao desgaste da administração Biden. A legenda de Donald Trump ainda tem dificuldade para confirmar que terá o controle da Câmara.

No Camboja, onde está para uma cúpula de países do Sudeste Asiático antes de ir ao G20, na Indonésia, o presidente americano celebrou a vitória em Nevada. "Agora estamos focados na Geórgia. Nos sentimos bem onde estamos. Sei que sou bastante otimista, mas não estou surpreso com o resultado. Estou satisfeito, é reflexo da qualidade dos nossos candidatos", disse.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, reforçou no Twitter que o cenário coroa os feitos dos democratas. "Os americanos sabiamente rejeitaram a direção antidemocrática, autoritária, perversa e divisiva que os republicanos queriam dar ao nosso país", escreveu.

O quadro do Senado confirma como um dos grandes derrotados dessas midterms o ex-presidente Donald Trump. Isso porque a disputa pelo controle da Casa seria decidida em quatro estados: Pensilvânia, Arizona, Nevada e Geórgia, todos eles com candidatos trumpistas convictos; até agora o republicano perdeu três dessas eleições, gerando enorme insatisfação interna.


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