SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESSS) - A prisão da eurodeputada grega Eva Kaili, uma das vice-presidentes do Parlamento Europeu, no âmbito de uma investigação sobre corrupção em relação ao Qatar, aumentou a pressão para que ela renuncie e por um maior controle ético do órgão.

Neste domingo (11), o Ministério Público Federal da Bélgica afirmou que quatro pessoas estão em prisão preventiva após serem acusadas de filiação a uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Outras duas pessoas foram liberadas.

O comunicado não traz os nomes dos quatro detidos, mas uma fonte judicial próxima ao caso, que pediu anonimato, disse à AFP que Kaili está entre elas. A deputada e ex-apresentadora de televisão de 44 anos já havia sido detida na noite de sexta-feira (9), quando, segundo relatos da imprensa, transportava "sacos de notas". Ela não pôde se beneficiar da imunidade parlamentar por ter sido pega em "em flagrante delito".

A prisão da eurodeputada grega Eva Kaili, uma das vice-presidentes do Parlamento Europeu, no âmbito de uma investigação sobre corrupção em relação ao Qatar, aumentou a pressão para que ela renuncie e por um maior controle ético do órgão.

Neste domingo (11), o Ministério Público Federal da Bélgica afirmou que quatro pessoas estão em prisão preventiva após serem acusadas de filiação a uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Outras duas pessoas foram liberadas.

O comunicado não traz os nomes dos quatro detidos, mas uma fonte judicial próxima ao caso, que pediu anonimato, disse à AFP que Kaili está entre elas. A deputada e ex-apresentadora de televisão de 44 anos já havia sido detida na noite de sexta-feira (9), quando, segundo relatos da imprensa, transportava "sacos de notas". Ela não pôde se beneficiar da imunidade parlamentar por ter sido pega em "em flagrante delito".

A Promotoria belga já tinha falado de sua suspeita de pagamentos de "somas substanciais" ou de "presentes significativos" por parte de um país do Golfo para influenciar nas decisões dos eurodeputados. Não foi identificado o país, mas uma fonte próxima ao caso confirmou à AFP que se trata do Qatar.

A eurodeputada francesa Manon Aubry denunciou o "lobby agressivo" do Qatar e exigiu um debate sobre o assunto na próxima semana em uma sessão plenária. Já à agência de notícias AFP, uma autoridade do Qatar disse que seu país não está envolvido no esquema.

Estariam ainda entre os seis detidos o ex-parlamentar italiano Pier-Antonio Panzeri e o secretário-geral da Confederação Sindical Internacional, Luca Visentin. Em entrevista à AFP na semana passada, Visentin apontou progressos nas leis trabalhistas catarianas, bastante criticadas por organizações de direitos humanos. Ele, porém, disse ser necessário manter a pressão sobre o regime para melhorar as condições dos trabalhadores no país.

Kaili, por sua vez, viajou ao país-sede da Copa do Mundo no início de novembro, onde parabenizou o ministro do Trabalho pelas reformas do emirado. "O Qatar é um líder no campo dos direitos trabalhistas", disse ela em 22 de novembro na tribuna da Eurocâmara, o que gerou descontentamento entre as bancadas de esquerda.

Na noite deste sábado, a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, decidiu por uma primeira sanção contra Kaili e a destituiu de algumas funções, incluindo a de representante da Casa para a região do Oriente Médio. "Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para cooperar com a Justiça", escreveu no Twitter.

Metsola também convocou uma reunião para esta segunda-feira (12), para tratar da investigação judicial belga, disseram duas fontes do Parlamento à AFP neste domingo.

Os eurodeputados ambientalistas e social-democratas anunciaram que se oporão ao início das negociações para a liberalização de vistos para catarianos na União Europeia ?a proposta seria discutida nesta semana no Parlamento europeu.

Além disso, eurodeputados de esquerda, incluindo o ambientalista Philippe Lamberts em nome do grupo Verde no Parlamento Europeu, pediram a renúncia de Kaili, que foi excluída na sexta-feira do Partido Socialista grego (Pasok-Kinal).

A pressão por um maior controle ético no Parlamento Europeu aumentou após o episódio. "Este não foi um incidente isolado", afirmou a ONG Transparência Internacional. "Por várias décadas, o Parlamento permitiu que se desenvolvesse uma cultura de impunidade e uma ausência total de controle ético independente."

Na mesma linha, o comissário europeu de Economia, Paolo Gentiloni, disse à emissora italiana Rai que, se confirmado, o caso seria um dos maiores esquemas de corrupção dos últimos anos.

A confirmação, aliás, também afetaria a relação entre o bloco e o regime. Com a invasão da Ucrânia, o país do Oriente Médio se tornou uma das principais alternativas para o abastecimento de gás no continente europeu. No final de novembro, por exemplo, o Qatar anunciou que fornecerá gás natural liquefeito (GNL) à Alemanha por ao menos 15 anos ?as entregas devem começar em 2026.


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