A expansão das economias da América Latina e do Caribe deve esfriar no próximo ano, disse a Comissão Econômica da Organização das Nações Unidas para a região (Cepal) nesta quinta-feira, com desafios internos e externos pesando sobre o crescimento.

No geral, a expectativa é de que o crescimento combinado da região será de 1,3% em 2023, de acordo com a Cepal.

A projeção para 2023 ficou ligeiramente abaixo do crescimento de 1,4% estimado em outubro, enquanto a Cepal espera que as economias da região cresçam 3,7% este ano, ante uma previsão anterior de 3,2%.

O Brasil, maior economia da América Latina, provavelmente crescerá 0,9% em 2023, abaixo da expansão de 2,9% esperada para 2022, disse a Cepal.

A desaceleração do crescimento na América Latina e no Caribe vem em momento de "políticas monetárias restritivas, maior limitação dos gastos fiscais e níveis mais baixos de consumo e investimentos", disse a Cepal em comunicado.

A comissão também pontuou a deterioração de fatores externos, como a guerra na Ucrânia, como um peso sobre as projeções para a região.

"Um aumento na inflação global causou elevações na volatidade financeira e nos níveis de aversão a risco", disse a Cepal, acrescentando que, ao mesmo tempo, as altas dos preços induziram a "menores fluxos de capitais para economias emergentes, incluindo as economias da região".

As menores taxas de inflação esperadas para o segundo semestre deste ano, juntamente com a desaceleração da atividade econômica, que espera-se que continuará no ano que vem, provavelmente reduzirão a pressão sobre as autoridades monetárias para que continuem a elevar os juros, de acordo com o comunicado da Cepal.

O México, segunda maior economia da região, deve crescer 1,1% no ano que vem, contra os 2,9% vistos para 2022.

Enquanto isso, a Colômbia deve crescer 1,5% no ano que vem, um ritmo bem mais lento do que a expansão de 8% deste ano.

O país que deverá experimentar o ritmo de crescimento econômico mais acelerado da região é Guiana, que deve expandir-se 30%, enquanto o Chile deve ter uma contração de 1,1% em 2023.

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