SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério da Defesa de Taiwan identificou neste sábado (8) nove navios e 71 aviões de guerra da China ao redor de seu território após a potência asiática iniciar três dias de exercícios militares ao redor da ilha, o que inclui o treinamento de um cerco total à região.
Pequim informou que as manobras buscam dissuadir os esforços separatistas de Taiwan. "Eles são uma advertência severa contra o conluio entre as forças separatistas que querem a independência de Taiwan e as forças externas", disse o porta-voz militar chinês, Shi Yin.
O exercício militar acontece três dias depois do encontro do presidente da Câmara de Representantes dos EUA, o republicano Kevin McCarthy, com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na Califórnia.
McCarthy se tornou o político dos EUA mais importante a se encontrar com um líder de Taiwan em solo americano desde 1979, quando a Casa Branca restabeleceu relações diplomáticas com Pequim.
Os líderes não anunciaram acordos políticos ou econômicos no encontro, que teve o objetivo de transmitir a mensagem de que Taipé tem respaldo internacional.
A reunião marcou mais um capítulo da crescente tensão entre China e Taiwan, ilha que é considerada uma província rebelde pelo regime chinês e, portanto, parte de seu território. Autoridades do gigante asiático descreveram o encontro como uma provocação e prometeram uma resposta resoluta.
O governo de Taiwan, por sua vez, criticou o exercício militar, afirmando que a movimentação traz impactos negativos para a segurança e o desenvolvimento econômico da comunidade internacional.
A presidente Tsai Ing-wen classificou o treinamento como parte do "contínuo expansionismo autoritário da China."
De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV , contratorpedeiros, navios com lança-mísseis, caças e navios-tanque serão mobilizados durante o treinamento. "O exercício de hoje se concentra na capacidade de tomar o controle do mar e do espaço aéreo para criar um cerco total a Taiwan", disse a emissora.
A China já havia executado manobras militares ao redor da ilha em agosto de 2022, em resposta à visita a Taipé de Nancy Pelosi, a antecessora de McCarthy na presidência da Câmara de Representantes.
A presidente taiwanesa fez uma escala nos Estados Unidos depois de visitar Guatemala e Belize, dois dos últimos aliados oficiais da ilha, que recentemente perdeu o apoio de Honduras. O país centro-americano rompeu laços diplomáticas com Taiwan, afirmando que a ilha faz parte do território chinês.
Atualmente, apenas 13 países reconhecem Taipé. A lista não inclui o governo dos Estados Unidos, que, no entanto, é um dos principais aliados e fornecedores de armas para Taiwan.
Tsai declarou neste sábado que o país continuará trabalhando com os Estados Unidos para defender os valores da liberdade e da democracia.
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