SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O papa Francisco pediu neste domingo (9) que israelenses e palestinos busquem o diálogo em meio ao aumento das tensões entre os dois países e voltou a pedir que a Guerra da Ucrânia chegue ao fim.
"Que Deus ajude o amado povo ucraniano em sua jornada rumo à paz e espalhe a luz da Páscoa sobre o povo da Rússia", disse o pontífice para cerca de 100 mil pessoas durante a missa da Páscoa, celebrada na Praça São Pedro.
Neste domingo, ele pediu ainda que Deus conforte os que perderam entes queridos na guerra e desejou que prisioneiros possam voltar para suas casas. "Que Deus abra os corações de toda a comunidade internacional para lutar pelo fim desta guerra e de todos os conflitos e derramamento de sangue em nosso mundo."
O pontífice também pediu paz no Oriente Médio, região que assiste à escalada de tensões entre Israel e Palestina. "Expresso profunda preocupação com os atentados destes últimos dias que ameaçam o esperado clima de confiança e respeito recíproco para retomar o diálogo entre israelenses e palestinos, para que a paz reine na Cidade Santa e em toda a região", afirmou o papa, que ainda se recupera após ter ficado internado devido a uma infecção respiratória.
Os conflitos entre Israel e Palestina se intensificaram na quarta (5), quando a polícia de Israel invadiu a mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, e entrou em confronto com centenas de palestinos que passavam a noite no local -12 pessoas ficaram feridas.
Na quinta (6), 34 foguetes foram disparados do Líbano em direção ao norte de Israel -o sistema de defesa aéreo israelense conseguiu interceptar 25, e ninguém ficou ferido.
Na sexta (7), um turista italiano foi morto e sete ficaram feridos em Tel Aviv quando um agressor avançou com o carro e também atirou contra as vítimas. O atentado aconteceu horas depois que um ataque com armas de fogo matou duas irmãs britânico-israelenses perto de um assentamento na Cisjordânia.
Em sua mensagem no Vaticano, Francisco expressou também a esperança de que o povo rohingya, minoria muçulmana perseguida em Mianmar, possa encontrar justiça.
Além disso, ele pediu que Deus se lembre daqueles que estão impedidos de professar sua fé, em referência à Nicarágua, cujo regime restringiu procissões da Semana Santa.
A relação entre o Vaticano e o país centro-americano está em crise. Além dos episódios de perseguição do regime a bispos católicos, o papa afirmou que o ditador Daniel Ortega sofre de um "desequilíbrio" e comparou seu regime à ditadura comunista na União Soviética e ao regime nazista de Adolf Hitler. Como resposta, Ortega mandou fechar a embaixada do Vaticano na Nicarágua, mas antes também já havia se referido ao alto escalão da Igreja Católica como uma "ditadura perfeita".
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