BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (10) que vai aproveitar a viagem oficial à China, nesta semana, para convidar o líder chinês, Xi Jinping, para uma visita ao Brasil.

O petista também anunciou que fará uma viagem ainda neste ano à República Democrática do Congo, no centro da África, para uma reunião com os países que detêm as maiores florestas do mundo.

Lula deve embarcar na manhã desta terça-feira (11) para uma visita de quatro dias ao gigante asiático. Ele também fará uma parada breve nos Emirados Árabes Unidos após a ida ao país de Xi. A viagem oficial à China estava programada inicialmente para o dia 26 de março, mas foi suspensa após o presidente ser diagnosticado com pneumonia.

O petista concedeu uma entrevista na noite desta segunda-feira ao programa Voz do Brasil, noticiário estatal produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), uma rede pública.

"Vamos consolidar nossa relação com a China. Vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral, para mostrar os projetos que temos interesse de investimento dos chineses", disse.

Lula afirmou que a viagem terá como objetivo resgatar a relação que existia antes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele evitou falar o nome do seu rival, mas se referiu a presidentes que não gostavam e não sabiam fazer política externa.

Ele também disse que vai buscar estreitar parcerias com os chineses e não apenas na área comercial. "A gente não quer que os chineses comprem coisas nossas, o que queremos é construir parcerias para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem."

Lula também anunciou que vai realizar uma viagem para a África para tratar de questões ambientais. O encontro, na República Democrática do Congo, vai reunir países com as maiores florestas do mundo.

"Tenho, em junho, um compromisso com o Congo que está convidando o Brasil e a Indonésia para fazer um grande encontro dos três países que têm a maior floresta verde. Obviamente, vou tentar convencer o Congo a convidar os países da América do Sul", afirmou Lula.

"Temos que ter humildade e reconhecer que a Amazônia não é só nossa. A Amazônia tem vários países que têm um potencial extraordinário."

Lula disse que a floresta Amazônia não deve ser mantida como um "santuário" e que sim deve ser aberta para a produção por parte da população local. Também afirmou que a floresta deve estar aberta para a "ciência do mundo inteiro".

O presidente acrescentou que a questão ambiental está colocando o Brasil em voga no mundo novamente, após anos sob críticas por conta da alta dos crimes ambientais. "O Brasil tem o mundo a seus pés, e, com a questão climática, aumentou muito o potencial de negociação."


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