SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado republicano George Santos praticamente não saiu do noticiário desde que foi eleito, no final do ano passado. Nesta semana, a série de mentiras que o filho de brasileiros contou sobre sua trajetória pessoal e carreira culminou com a formalização de 13 acusações contra ele.
Agora, um de seus assessores, Viswanag Burra, chama a atenção nos EUA, em razão de seu crescente protagonismo entre a nova geração de conservadores que floresceu na esteira do trumpismo. E, no Brasil, em razão de seu apelido, "Vish", que, combinado a seu sobrenome, "Burra", rendeu piadas nas redes.
Burra, 32, nasceu e cresceu em Staten Island, ilha ao sul de Manhattan. Antes de se tornar diretor de operações do gabinete de Santos, em janeiro, ele já era um nome relativamente conhecido na ultradireita americana, tendo trabalhado como produtor do podcast de Steve Bannon, antigo estrategista do ex-presidente Donald Trump e virado uma figura central no Clube de Jovens Republicanos de Nova York.
Mais recentemente, trabalhou em campanhas de republicanos afundados em escândalos. Em 2021, o deputado Matt Gaetz o contratou após a revelação de que era investigado por manter relações com uma menor de idade, investigação depois suspensa por falta de evidências. No ano seguinte, atuou como porta-voz do político e empresário do setor imobiliário Carl Paladino, que ganhou fama ao dizer que Hitler "é o tipo de líder que precisamos hoje" e difundir teorias conspiratórias sobre ataques a tiros em massa.
Não que faltem controvérsias a Burra, que em seu perfil no LinkedIn se define como um amálgama de Jay Gatsby, Buda e Willy Wonka. O filho de indianos já alegou que imigrantes em situação irregular traziam a Covid aos EUA, protestou contra o distanciamento social e entrou em uma rusga com descendentes de asiáticos num debate sobre o aumento de crimes de ódio contra membros da comunidade.
Em entrevista à New York Magazine, Burra contou que começou a se interessar por política nas eleições presidenciais de 2016, vencidas por Donald Trump. "Tive uma série de experiências que me abriram os olhos. A candidatura de Trump à Presidência foi o que fez tudo ter sentido", disse ele à revista.
Antes, foi técnico de informática e traficante ?ao site Talking Points Memo, Burra, detido em 2014, aos 23 anos, por posse de 1 quilo de maconha e uma pequena quantidade de cogumelos alucinógenos e condenado a três anos em liberdade condicional, diz ter construído um "império" do tráfico.
Seu nome, cujo apelido virou meme nas redes sociais brasileiras, tem significado: também na entrevista à New York Magazine, afirma que Viswanag Burra quer dizer "rei cobra do universo".
Ele, aliás, chegou a falar sobre o Brasil no contexto das eleições passadas, das quais Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado. Dias após o segundo turno, escreveu um texto para o site The National Pulse em que defendia as alegações infundadas de apoiadores do ex-presidente de que o pleito havia sido corrompido e afirmando que o país era "notório por eleições fraudulentas".
"A resistência globalista/marxista à presença de Bolsonaro no mais alto nível da política brasileira tem sido inflexível e implacável, principalmente dirigida pelo Supremo Tribunal Federal, irremediavelmente corrupto", afirma ele no artigo, cujos argumentos depois repetiu no podcast de Bannon.
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