HIROSHIMA, JAPÃO (FOLHAPRESS) - O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, que acompanha Joe Biden na cúpula do G7 em Hiroshima, afirmou que o presidente americano "buscará a oportunidade de falar" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o primeiro-ministro indiano Modi, no evento.

De acordo com Sullivan, Biden quer conversar "com ambos sobre o papel construtivo que cada país pode desempenhar no apoio ao elemento mais fundamental de qualquer resultado (da guerra na Ucrânia), que é soberania e integridade territorial, que é sagrada na Carta da ONU".

Segundo Sullivan, Biden "vai agradecer ao presidente Lula por ter apoiado várias das principais resoluções da ONU neste conflito, e o motivo pelo qual o Brasil as apoiou é porque essas resoluções têm esse princípio", da integridade territorial.

Mas a Ucrânia "será um de vários temas-chaves" das conversas, acrescentando outros, sobre "como mobilizamos investimentos nesses países, como desenvolvemos os bancos multilaterais de desenvolvimento, como lidamos com o peso da dívida". Citou especificamente a Parceria para Infraestrutura e Investimento Global, programa do G7 que busca se contrapor à Iniciativa Cinturão e Rota, da China.

Sullivan também questionou o tom da pergunta feita na coletiva, sobre Biden "pressionar" Lula e Modi. "Pressão é a palavra errada", disse. "Não é assim que o presidente Biden opera com esses líderes-chefe, com quem ele tem relações profundas, o presidente Lula e o presidente [na verdade, primeiro-ministro] Modi".

Procurada, a comitiva brasileira não negou nem confirmou uma reunião bilateral dos presidentes brasileiro e americano.

A exemplo de Biden, também o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, negocia bilaterais com Lula e Modi. A reportagem confirmou o contato dele com o governo brasileiro e questionou Lula, na manhã deste sábado (20), horário local, se vai se encontrar com Zelenski. "Não sei", respondeu o presidente.

Já o líder indiano estaria acertando uma reunião com o ucraniano para a noite de sábado, segundo jornais indianos. E o governo japonês confirmou oficialmente, afinal, ter aceito a solicitação ucraniana depois que "Zelenski expressou seu forte desejo de participar presencialmente". Ele estará em duas reuniões gerais no domingo, uma com os membros do G7, outra com os membros e os convidados.

A segunda é quando Lula e Modi estarão ao lado de Biden e outros na sessão de trabalho "Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero". O brasileiro deverá falar em favor das iniciativas de paz para a Ucrânia externas ao G7, lançadas por Brasil, China e agora países africanos, encabeçados pela África do Sul. Modi afirmou ao jornal japonês Nikkei que pretende "amplificar as vozes e preocupações do Sul Global".

Prevista inicialmente para as 10h, no horário local, a sessão foi transferida para as 11h45. Modi e Lula marcaram encontro bilateral para as 10h40, imediatamente antes. Espera-se agora que os dois conversem sobre a guerra antes de entrar para a sessão com os demais.


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