SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito da cidade equatoriana de La Libertad, Francisco Tamariz, disse neste sábado (19) ter sido vítima de um atentado a tiros. Se as declarações do político estiverem corretas, trata-se de mais uma tentativa de homicídio no período eleitoral do país. As eleições presidenciais no Equador acontecem neste domingo (20).
"Tentaram ME MATAR", postou o político na plataforma X, o ex-Twitter. Segundo ele, há mais de oito testemunhas do ataque, que teria ocorrido por volta da meia-noite de sexta-feira (18). Tamariz destacou que saiu ileso do ataque junto com sua esposa e outros dois parentes que viajavam em um veículo blindado -o carro, segundo ele, foi alvo de 30 disparos.
Mais tarde, no Facebook, explicou que ao retornar do porto de Guayaquil, no sudoeste do país, sua caminhonete blindada foi alvejada por duas pessoas à paisana que saíram de um veículo policial. "Em questão de segundos começaram a crivar o carro (...), começaram a disparar contra nós, nunca perguntaram quem estava ali", disse em um vídeo ao lado da esposa. Ambos vestiam coletes à prova de balas.
"Se (o carro) não fosse blindado, irmão equatoriano, eu não estaria aqui. Seria impossível para mim estar falando com você após os 30 tiros que foram (...) direcionados à caminhonete onde eu estava", acrescentou.
Até a publicação deste texto, a polícia e o governo equatoriano não haviam se pronunciado sobre o fato.
O político é aliado do ex-presidente equatoriano Rafael Correa, hoje no México devido a processos judiciais contra ele no país natal.
No início deste mês, o candidato presidencial Fernando Villavicencio, crítico de Correa, foi morto a tiros quando saía de um comício em Quito, a capital do país. Horas depois, um grupo de homens encapuzados e armados, que se dizem parte da facção criminosa Los Lobos, reivindicou o homicídio.
Menos de uma semana depois, um membro do partido do ex-presidente foi assassinado a tiros perto da fronteira com a Colômbia.
Em entrevista à Folha, Correa afirmou que o assassinato de Villavicencio é um complô para prejudicar a vitória de sua aliada na disputa presidencial, Luisa González -favorita no pleito. "Há uma campanha nas redes culpando-nos pela morte. Quem ganha com isso é a extrema direita, pois sabiam que íamos vencer no primeiro turno, e isso nos tirou pontos nas pesquisas", disse. Ele chegou a cogitar até o envolvimento da CIA [a agência de inteligência dos EUA] no homicídio.
Na quinta (17), durante o encerramento da campanha, o candidato presidencial Daniel Noboa, de direita, denunciou um ataque a tiros contra sua caravana, da qual saiu ileso. As autoridades, no entanto, contradizem sua versão.
Fato é que o Equador enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico nos últimos anos com massacres em prisões que deixaram mais de 430 presos mortos desde 2021 e uma taxa recorde de 26 homicídios nas ruas por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro do ano anterior.
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