BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - Água jorrando do rejunte das paredes de azulejo não é o que se espera ver quando se desce a escada de uma estação de metrô, mas é assim que os moradores de Nova York encontraram a cidade diante de uma tempestade que alagou ruas e paralisou praticamente todo o serviço de trens subterrâneos nesta sexta-feira (29).
Vídeos compartilhados em redes sociais mostram cascatas de água saindo das paredes e do teto das estações, ruas alagadas e árvores tombadas na ilha de Manhattan e bairros como como Queens e Brooklyn. O serviço foi paralisado em várias estações, incluindo em pontos centrais como Barclays Center.
"Eu não faço a menor ideia do que está acontecendo. Não sei aonde estamos indo", afirmou uma condutora de trens dizendo ao jornal The New York Times que os vagões que conduzia haviam mudado de linha. Voos foram cancelados ou atrasaram nos aeroportos JFK e La Guardia.
A governador do estado, Kathy Hochul, declarou estado de emergência na cidade e partes próximas como Long Island e Hudson Valley e chamou a tempestade de um evento com risco de morte.
Ainda não há informações sobre feridos ou mortos, e espera-se que as chuvas continuem no fim da tarde e início da noite.
De acordo com a agência climatológica dos Estados Unidos, entre a madrugada de quinta (28) e 1 da tarde no horário local, a precipitação no Central Park chegou a cerca de 132 milímetros --para comparação, Porto Alegre, que tem sofrido com tempestades, acumulava no início desta semana pouco mais de 410 milímetros no mês de setembro.
A cidade de Nova York também bate recorde de chuvas: este setembro, com 354 milímetros de precipitação, é o mais chuvoso desde 1882, quando a cidade registrou 428 milímetros, segundo a agência.
"Planeje sua rota de fuga. Não espere até que a água esteja acima dos joelhos antes de sair", disse a governadora Hochul em referência a moradores de áreas de risco de enchentes. Há dois anos, enchentes causadas pela tempestade tropicalIda deixaram 11 mortos no bairro de Queens.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.
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