SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Jim Jordan, aliado de Donald Trump e candidato preferido do ex-presidente para a disputa pela presidência da Câmara dos Estados Unidos, perdeu a primeira votação para o cargo nesta terça-feira (17). A próxima rodada está marcada para o dia seguinte, segundo Jordan.
Hoje a Câmara dos Representantes americana tem 433 de suas 435 cadeiras ocupadas, sendo que 221 assentos pertencem a deputados do Partido Republicano. Para vencer a eleição, Jordan precisava que metade dos representantes da Casa (217) escolhessem seu nome.
Ele só obteve, porém, 200 votos -um deputado, Gus Bilirakis, não votou e os outros 20 membros de seu partido escolheram candidatos alternativos para o posto, escancarando as disputas internas da sigla após o impeachment inédito do ex-presidente da Câmara, o deputado republicano pela Califórnia, Kevin McCarthy.
O próprio McCarthy foi um dos republicanos cujo nome apareceu nas cédulas da votação desta quarta a despeito de seu anúncio de que não pretendia tentar a reeleição. Outro era o de Steve Scalise, que desistiu antes mesmo de testar suas chances no plenário da Câmara ao perceber que seu apoio dentro do partido seria insuficiente para vencer uma eleição. Ambos votaram em Jordan.
Enquanto isso, os 212 membros do Partido Democrata votaram em massa em Hakeem Jeffries, parlamentar eleito por Nova York e primeiro negro a comandar a sigla na Casa.
A estagnação impede que o Congresso coordene uma resposta às guerras em curso no Oriente Médio e na Ucrânia. Também arrisca uma paralisação do governo federal, uma vez que a Câmara ainda precisa aprovar leis orçamentárias para o ano fiscal de 2024 -foi justamente uma negociação de McCarthy com os democratas para evitar esse bloqueio que lhe custou o que ainda tinha de apoio da ala radical republicana.
Não está claro quantos dos oponentes republicanos de Jordan vão seguir resistentes ao novo indicado do partido em votações subsequentes. O impasse pode continuar por muito tempo, porém -vide a eleição de McCarthy em janeiro, que só conseguiu o posto depois de quatro dias e 15 votações, em uma indefinição que não era vista há 164 anos.
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