WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - A Câmara dos Deputados americana fracassou, pela terceira vez, em sua tentativa de eleger um novo presidente nesta sexta (20), completando 17 dias sem um líder. O republicano Jim Jordan, indicado pelo seu partido, que tem maioria na Casa, para o posto, não conseguiu reunir os 217 votos necessários para se eleger.

O resultado significa que o Congresso continuará paralisado, sem conseguir aprovar um pacote emergencial de ajuda a Israel e Ucrânia enviado pela Casa Branca nesta sexta.

A votação desta sexta mostra que a oposição a Jordan, um deputado conservador de Ohio apoiado por Donald Trump, vem crescendo. Enquanto na primeira votação, na última terça, ele teve 20 votos contrários de seu partido, na quarta esse número subiu para 22 e, nesta sexta, para 25.

Os republicanos superam os democratas na Câmara em apenas nove votos, o que significa que um presidente, para se eleger, precisa praticamente do apoio total do seu partido, ou negociar com os democratas.

Divergências internas no Partido Republicano, no entanto, têm inviabilizado a aglutinação em torno de um nome. A própria derrubada ?pela primeira vez na história? de um presidente da Câmara, Kevin McCarhty, foi resultado da rebelião de uma ala radical contra seu líder.

O novo fracasso desta sexta significa que a Casa continuará paralisada ?nada pode ser votado por deputados enquanto um novo presidente for eleito. Por ora, ela é comandada interinamente por Patrick McHenry, mas seus poderes se limitam a organizar um novo pleito. Uma tentativa de ampliar o escopo de atuação do deputado nesta quinta também não prosperou.

O cenário sem precedentes é agravado pela necessidade de aprovação pelo Legislativo de um pacote de financiamento emergencial enviado pedido pela Casa Branca nesta sexta, no valor de US$ 106 bilhões. Os recursos visam apoiar Israel e Ucrânia, fortalecer parceiros americanos no Indo-Pacífico para conter a China, e ampliar a segurança da fronteira sul do país, com o México.

Na quinta, o presidente Joe Biden fez um discurso do Salão Oval ?reservado para temas de maior relevância?, no qual defendeu que o pedido bilionário é um "investimento" que vai render dividendos para a segurança nacional americana por gerações. O destinatário da fala são sobretudo republicanos, que resistem ao repasse bilionário a Kiev.

Ao atrelar em um mesmo pacote esse apoio ao pedido a Israel, que goza de amplo apoio tanto entre democratas quanto entre republicanos, a Casa Branca busca justamente forçar a oposição a votar favor do pacote.

"É o trabalho do Presidente deixar claro para o Congresso quais são as necessidades e o que acontecerá se esse financiamento crítico não for entregue. Nós estamos fazendo nosso trabalho ao informar o Congresso quais são as necessidades críticas, e nós esperamos que eles ajam, e ajam rapidamente", disse a jornalistas a diretora de Orçamento e Gestão do governo, Shalanda Young.


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