SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O comerciante Hasan Rabee, 30, acredita que a falta de brasileiros na lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza por Israel é proposital, ao contrário do defendido pelas autoridades locais. Ele é um dos 34 brasileiros que aguarda inclusão de nome na lista para ser repatriado.

"Eu vi a declaração de um embaixador de Israel falando que eles não têm nada a ver com o atraso dos brasileiros. Como que não tem nada a ver? Vocês que fazem essa lista. Só pessoas aliadas de Israel que estão saindo. Estados Unidos, Alemanha, países europeus? Que mentira é essa?", disse Hasan Rabee, em vídeo publicado nas redes sociais.

O comerciante afirmou que vive a "guerra da fome" além dos bombardeios e que encontrar comida nos supermercados é cada vez mais difícil.

Remédio, gás e água também são escassos na região, que depende de abastecimento humanitário e da entrada de caminhões com insumos.

A embaixada brasileira na Palestina "não tem mais previsão" para uma data de saída pela passagem de Rafah, afirmou Hasan.

Uma primeira previsão de retirada foi feita para nesta quarta-feira (8) e outra para esta quinta (9), mas até agora os brasileiros não apareceram em nenhuma das cinco listas de estrangeiros divulgadas por Israel.

Hasan é morador de São Paulo e deixou a cidade para visitar a mãe na Faixa de Gaza no fim de setembro e estava em Gaza quando a guerra começou.

Ele deixou o norte do país por causa da intensificação dos bombardeios e está com a esposa, duas filhas e outros 18 familiares em uma casa de Khan Yunis, no sul do país.


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