SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ativistas de diversas partes do mundo, incluindo as Américas, a Europa, a Ásia e a África, realizam atos pró-Palestina nesta quarta-feira (29), Dia Internacional da Solidariedade ao Povo Palestino.

A data coincide com aquela da sessão de 1947 em que a Assembleia-Geral da ONU aprovou a partilha do território no Oriente Médio então conhecido como Palestina entre judeus e árabes. Mas o dia em solidariedade aos palestinos só foi criado pela entidade 30 anos depois, em 1977.

Então, a data tinha como intuito reconhecer que, passado todo aquele tempo, os palestinos não só ainda não tinham um Estado próprio, como haviam estado sob ocupação militar de Israel durante uma década inteira. Estima-se que 750 mil palestinos precisaram deixar suas terras em consequência dos conflitos que se seguiram à criação de Israel.

Este ano, o dia ganhou uma nova dimensão em razão da guerra que assola a Faixa de Gaza desde 7 de outubro. O conflito entre Tel Aviv e o grupo terrorista Hamas já tirou a vida de pelo menos 15 mil palestinos, incluindo 6.150 crianças e mais de 4.000 mulheres, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza, ligado à facção. Do lado israelense, houve cerca de 1.200 mortes.

A guerra ainda aumentou a pressão da comunidade internacional para a aplicação da chamada solução de dois Estados, segundo a qual ambos Israel e Palestina têm o direito de ser nações.

O plano foi pactuado por meio dos Acordos de Oslo, em 1993, mas nunca se concretizou. Este ano, quando os tratados completaram três décadas, o sentimento geral que a solução de dois Estados despertava era ceticismo, e mesmo habitantes da região a rejeitam segundo pesquisa do ano passado da Universidade de Tel Aviv em parceria com o Centro Palestino para Estudo de Política e Pesquisa (PSR).

Com o início da guerra, porém, ela ganhou novo impulso. Ao ler nesta quarta um discurso de autoria do secretário-geral da ONU, António Guterres, por exemplo, Tatiana Valovaia ?diretora-geral do escritório da organização em Genebra? afirmou que "já passou da hora" da solução de dois Estados ser aplicada, acrescentando que isso significaria "Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança" e dividindo Jerusalém como capital.

A partilha da cidade é um dos pontos mais sensíveis das negociações israelo-palestinas. Enquanto os primeiros defendem que ela continue sendo sua capital "indivisível e eterna", os segundos desejam que Jerusalém Oriental, que inclui diversos locais sagrados para muçulmanos, judeus e cristãos, seja o centro administrativo de seu futuro país.


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